09 fevereiro 2017

Volvo VM 6X4R 32 ton

A correlação de forças entre os dois lados do balcão muda completamente em tempos de crise. Com o atual desempenho do mercado de caminhões, quem fabrica tem de criar produtos o mais próximos possível das necessidades e desejos de quem compra. Isso explica bem por que a engenharia da Volvo quebrou cabeça por cerca de um ano no desenvolvimento do VM 6X4R 32 ton, próprio para off-road em construção civil pesada ou mineração. O foco explícito foi na rival sueca Scania e seu P310 CB 6X4 e também no Mercedes-Benz Axor 3131 6X4. No enfrentamento, a Volvo decidiu apresentar algumas vantagens. A principal delas foi na capacidade de carga. O novo modelo da Volvo suporta 32 toneladas, contra 31,5 do Mercedes e 30 do Scania. Só que o VM pesa 8.300 kg, contra 8.575 do P310 e 9.195 do Axor. Na ponta do lápis, isso significa que o modelo da Volvo carrega cerca de 5% a mais de carga que o Mercedes e 9% a mais que o Scania.
 
 
 
No reforço do VM, a Volvo recorreu a algumas estruturas da linha FMX, o maior off-road da marca. Caso do eixo dianteiro, que agora suporta 8 toneladas. A suspensão é composta por molas parabólicas e amortecedores de dupla ação, com barra estabilizadora. Já os dois eixos traseiros recebem uma suspensão com feixe de molas semielípticas e aguenta 24 toneladas. A capacidade máxima de tração do VM ficou em 52 toneladas. Também do FMX, foi herdado o sistema de freios a tambor Z came, assim como o freio motor eletrônico de série, com 250 cv de capacidade. Na traseira, os cilindros foram montados sobre o eixo, o que ampliou a distância livre para o solo e ajuda a proteger os componentes de danos eventuais, uma vez que o caminhão provavelmente será usado onde há muitas pedras soltas e obstáculos.
 
 
Outros recursos inseridos no VM buscaram uma melhor capacidade off-road. Caso do desenho reto do eixo dianteiro, para ampliar a distância livre – passou a 37 cm, contra 27 cm do VM 6X4R 27 ton. Ainda na frente, o radiador foi instalado mais no alto e há um grande protetor de cárter. O câmbio é sempre o automatizado i-shift com 12 marchas à frente e duas a ré. O sistema de tração tem redução nos cubos das rodas – mais eficiente – e há dois bloqueios de diferencial: entre os eixos e entre as rodas. O motor é o maior aplicado na linha VM. Trata-se de um 7.2 litros turbo Euro 5/Proconve 7 com seis cilindros em linha, fornecido pela MWM. Ele rende 330 cv de potência a 2.200 rpm e 133 kgfm entre 1.200 e 1600 giros. O VM 32 ton chega ao mercado custando a partir de R$ 285 mil.
 
 
A Volvo avalia que o mercado de modelos vocacionais, como  dos modelos off-road, chega a 17% do mercado – somando aí 12% dos pesados e 5% dos extrapesados. Mas a aposta é que fatia possa crescer nos próximos anos pela necessidade de obras de infraestrutura no país. No caso específico do VM 32 ton, a marca sueca acredita que sua participação no segmento de vocacionais, atualmente entre 10 e 12%, possa saltar para entre 20 e 25%. Em um mercado total com a expectativa de vendas de 30 mil unidades, esse total significaria algo em torno de 1.200 unidades/ano. 
 

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