02 junho 2017

AMEISE

Significando ‘formiga’, em alemão, Ameise (lê-se a-mái-se) era a marca de fantasia das empilhadeiras produzidas pela Jungheinrich (lê-se iung-ráin-rich), empresa alemã fundada em 1953. Importadas desde os anos 50, as empilhadeiras da marca começaram a ser fabricadas no Brasil em meados da década de 70, sob a razão social Empilhadeiras Ameise Comércio e Indústria S.A., em fábrica inatalada na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Embora as empilhadeiras diesel Ameise fossem mais modernas, de menor largura e maior alcance que os modelos com motores de combustão então montados no país, a acirrada concorrência no segmento levou a empresa a atuar em faixa diversa do mercado, aqui produzindo apenas versões elétricas, também compactas e de grande alcance.
Em 1975, na I Feira Internacional de Mecânica, a Ameise lançou a Retrak ETV 20primeira empilhadeira retrátil construída no país, para 2.000 kg e elevação de 5,05 m (nas empilhadeiras retráteis o mastro dos garfos se desloca para trás, posicionando-o entre os eixos, proporcionando maior estabilidade e permitindo elevações maiores). Em 1977, a unidade brasileira já produzia 40 unidades por mês, com plano de expansão para os anos seguintes. Em 1984 a Ameise passou a assumir política mais agressiva de divulgação de seus produtos, o que rapidamente lhe ampliou o mercado. Em 1985, dentre os equipamentos fabricados pela empresa, havia alguns manuais e três para operador sentado: uma empilhadeira de contrapeso (modelo EFG, para 1.500 kg e elevação de até 4,00 m); uma retrátil ETV 20 com alcance elevado para até 8,70 m; e uma paleteira (ou porta-paletes – equipamento que se presta ao transporte, mas não à elevação), esta última com capacidade de 1.600 kg (modelo EKE). A partir do corpo da paleteira EKE, em 1987 foi lançada a empilhadeira EKC II, para 1.500 kg e até 4,00 m de elevação, com operador em posição lateral. Na altura, a produção média era de 30 máquinas/mês. Em 1989, na V Movimat, foi apresentada sua maior empilhadeira de contrapeso, a também elétrica EFG 25, para 2.500 kg, produzida sob licença da Yale. Naquela altura a Ameise já era o maior fabricante de empilhadeiras elétricas do país, seus produtos alcançando 95% de nacionalização.
Na década seguinte a abertura das importações e a contração econômica cancelaram todo esse esforço de autonomia. O conteúdo nacional foi reduzido e os equipamentos passaram crescentemente a ser trazidos da Alemanha. Em 2001, quando a marca respondia por mais de 36% do mercado de empilhadeiras para estocagem do país, a fábrica do Rio foi vendida para a Linde, então o maior produtor mundial, que viria a utilizar as instalações para produzir equipamentos da marca Still. Já no ano seguinte a Ameise voltaria ao Brasil (agora trazendo o nome Junghenirich), porém apenas como importadora de máquinas fabricadas na Alemanha. Na oportunidade a empresa chegou a cogitar uma nova fábrica no país “para um futuro não muito distante“, o que até o momento não aconteceu. Em 2004, como “parte do esforço mundial para fortalecer a marca Jungheinrich“, finalmente foi eliminada a palavra Ameise da razão social da empresa, que no Brasil passou a denominar-se Jungheirich Lift Truck – Comércio de Empilhadeiras Ltda..

 

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