O QUE FAZER NA CHAPADA DIAMANTINA?
Resumir em uma página todas as opções do que fazer na Chapada Diamantina é uma tarefa bem difícil, mas mais difícil ainda seria visitar todos os atrativos da Chapada em uma única viagem. A região é sede do segundo maior parque nacional do Brasil, o Parque Nacional da Chapada Diamantina, e guarda uma infinidade de cachoeiras, grutas, rios, montanhas, trilhas e até uma região conhecida como mini pantanal, tamanha a semelhança com a área alagadiça da região Mato-grossense. Tudo isso fica localizado no meio do sertão nordestino.
Mesmo a natureza sendo o grande chamariz da Chapada Diamantina não podemos deixar de exaltar sua singularidade cultural que é tão rica quanto. A região guarda diversas formas de expressão cultural herdadas de uma mistura entre cultura africana, cultura garimpeira e influências da época colonial que trazem cores e sabores para as vilas e cidades pitorescas no entorno do parque. As tradições culturais também se refletem na culinária local, que se misturou com culturas internacionais e resultou em garantia de boa comida, mesmo nas menores vilas.
A viagem a Chapada Diamantina é uma garantia de muito contato com a natureza, trocas culturais e boa gastronomia, mas o melhor da região é a diversidade da Chapada que se acomoda bem a diversos estilos de viagens, do perrengue ao conforto, da aventura ao sossego e contemplação, a Chapada Diamantina é um verdadeiro e gigante Oásis.
Para conhecer o máximo de pontos turísticos, é recomendável que você feche um pacote de viagem com antecedência e aproveite o máximo do seu tempo disponível. Conheça um pouquinho do que fazer na Chapada.
Trilha na chapada diamantina
(Foto: Rodrigo Galvão)
A Chapada Diamantina é considerada um dos paraísos nacionais do Trekking já que tem uma grande quantidade de trilhas para todos os gostos, os trajetos até o destino costumam ser recheado de belas paisagens. Os turistas que visitarem a região vão ser sempre recompensados ao caminhar em busca de uma cachoeira, uma gruta ou um visual já que ao mesmo tempo que as trilhas são os meios, elas também são os fins por si só, o cenário montanhoso da Chapada Diamantina é incrível.
Entre muitas trilhas incríveis elegemos três que vão fazer qualquer turista ir embora do destino com gostinho de “quero mais”. O primeiro trajeto é o Vale do Pati, uma das trilhas mais bonitas brasileiras. É muito difícil categorizar um atrativo dessa forma, mas a realidade é que o trekking no Vale do Pati é uma super experiência não apenas pela paisagem fascinante dos paredões da serra e dos banhos nas cachoeiras, mas também pela interação com os nativos, que mostram em sua simplicidade uma outra forma de viver. O roteiro tem várias variações podendo ser feito entre 3 a 6 dias de caminhada e ser conjugado com outros roteiros como a Cachoeira do Buracão.
O principal ponto de início é o Vale do Capão.
Algumas Cachoeiras na Chapada Diamantina possuem duas trilhas de acesso e a Cachoeira da Fumaça é uma dessas, há duas opções de trajeto sendo o mais recomendado por nós o caminho longo que chega ao destino pela parte de baixo. Esse trajeto é para quem gosta realmente de se aventurar, a trilha tem um grau de dificuldade alto, mas nem por isso deixa de ser uma das mais famosas da região, toda a trilha é por si só uma atração. São 3 dias de caminhada atravessando rios, acampando e tomando banho em poções.
Além dos atrativos citados recomendamos aos amantes de trilha uma volta ao Parque Chapada Diamantina onde é possível apreciar as 6 principais e mais imponentes cachoeiras do parque em um trajeto de 8 dias e ainda subir até o clássico Morro do Pai Inácio no último dia. Esse roteiro tem acompanhamento de um veículo que faz os translados entre o início de cada caminhada e todas os pernoites são em pousadas.
Cachoeiras na Chapada Diamantina
(Foto: Jarbas)
A Chapada Diamantina é o berço de importantes rios das bacias do Nordeste. As correntes de águas brotam nos cumes e deslizam pelo relevo acidentando formando cachoeiras impressionantes. Visitar cachoeiras é a atividade número 1 para se fazer na Chapada Diamantina. É quase impossível visitar a Chapada e não conhecer ao menos uma de suas cachoeiras.
A região abriga três cachoeiras com mais de 200 metros de altura o que as classifacam como umas das maiores Cachoeiras brasileiras, a experiência de ver uma delas é incrível e para você que vai visitar a região trouxemos um pouco mais sobre cada uma delas. A segunda maior Cachoeira brasileira é a Cachoeira da Fumaça com 340 metros de altura. Seu tamanho gigantesco e sua queda toda em negativo levantam uma cortina muito fina de água, dando a impressão de fumaça no ar, está aí a origem de seu nome. O acesso mais fácil é por cima, em uma trilha de 6 km e de nível leve. A visão lá de cima é um dos cartões postais da Chapada Diamantina.
A segunda maior cachoeira da Chapada, com 270 metros de altura é a Cachoeirão. Localizada no Vale do Capão, essa cachoeira tem seus momentos de auge nos períodos de chuva, quando a enorme queda se multiplica por várias outras saídas de água formando uma cortina d’água. Na parte de baixo, um poção em formato de coração é mais um dos atrativos. Até a cachoeira são 6 horas de caminhada de nível médio de dificuldade.
A última é a Cachoeira Encantada que foi descoberta recentemente, o que traz dúvidas a respeito da altura de sua queda. O mais interessante é que o caminho até ela é por um cânion com paredes de até 300 metros de altura. O acesso é por uma trilha de 12 km, na região de Itaetê. As cidades bases são Ibicoara ou Iramaia, no sul da Chapada.
Flutuação na Chapada Diamantina
(Foto: Chico Ferreira)
Flutuação é quando a pessoa com apenas snorkel e colete salva-vidas flutua lentamente para observar peixes e plantas aquáticas no fundo de lagos e rios. Essa atividade é o ícone de Bonito – MS, mas a Chapada Diamantina conhecida por ser um destino eclético não ia ficar de lado.
A flutuação no Poço Azul é um dos passeios mais exóticos para se fazer por lá, seu poço tem águas totalmente cristalinas e de coloração azulada, a transparência das águas é tão grande que mesmo a uma profundidade de 50 metros é possível ver nitidamente o seu fundo e tudo o que está nele. Outro ponto muito interessante para fazer flutuação é a Gruta da Pratinha, próximo ao município de Iraquara, que possuí águas tão cristalinas quanto o Poço Azul. Lá você vai receber colete salva-vidas, pé de pato, máscara e snorkel, e acompanhado de um guia será levado para um passeio de 200 metros onde as principais atrações são os peixes e as formações rochosas.
Grutas na Chapada Diamantina
(Foto: Dimitry B.)
Além da beleza visível na superfície da Chapada Diamantina o visitante da região deve dar um tempo para conhecer também suas profundezas, opções não faltam. Só nos municípios de Seabra, Palmeiras e Iraquara (Região Norte da Chapada) existem mais de 130 grutas cadastradas e mapeadas. Na região Sul existe mais uma porção delas, como, por exemplo, o Poço Azul. Nem todas estão abertas para o turismo, mas existem bons exemplares que permitem visitação.
Entre os exemplares começaremos apresentando a Gruta da Torrinha, é a maior gruta de Iraquara e considerada uma das mais completas do Brasil graças a diversidade de suas formações rochosas. Para se ter uma ideia, em seu interior, as águas esculpiram uma rocha com o formato muito parecido ao Morro do Pai Inácio. Fica para sua imaginação procurar por outras formas enquanto caminha pela gruta.
A Gruta da Lapa Doce é mais uma das grutas de Iraquara, não é muito grande em extensão, apenas 850 metros, mas sim em amplitude, seu interior é grande e surpreende pelo tamanho de sua entrada, com 72 metros de altura. Já o Poço Encantado é uma bela representante das grutas da região Sul da Chapada, no interior da gruta existe uma lagoa de águas cristalinas e de coloração azulada, muito semelhante às águas do Poço Azul, mas diferente dessa no Poço Encantado não é permitido fazer flutuação. Uma vez lá o legal é observar as pedras no fundo da lagoa que estão a quase 50 metros de profundidade e mesmo assim estão perfeitamente visíveis, tamanha a transparência da água.
Subida ao Morro do Pai Inácio
O Morro do Pai Inácio é um dos atrativos mais famosos da Chapada Diamantina, se não for o mais famoso de todos. A paisagem vista do seu cume é o cartão postal da Chapada. De lá dos seus 1200 metros de altitude, é possível ver o Morro do Camelo, o Vale do Capão e o Morrão. Você terá uma vista de 360 graus das belezas do entorno e essa vista fica fascinante no momento do pôr do sol. Não perca essa experiência. A subida para o Pai Inácio é de fácil acesso, são 300 metros de subida íngreme, mas que duram poucos minutos. O início da trilha fica nas margens da rodovia BR-242 e está localizada a 26 km da cidade de Lençóis. (Foto: Rodrigo Galvão)
Pantanal da Chapada Diamantina
(Foto: Elaine Quirelli)
Tamanha é a diversidade de coisas para fazer na Chapada Diamantina que você terá a oportunidade de passar por um pedacinho do Pantanal em plena Chapada. A região conhecida como Marimbus é uma planície alagada pelos rios Santo Antônio e Utinga e alguns outros menores. A fauna é composta por capivaras, jacarés e inúmeras aves e a porta de entrada é a comunidade do Remanso, localizada a 45 minutos de Lençóis. Quem diria encontrar jacarés no meio do sertão baiano?
O passeio pelo Marimbus é feito em barcos de madeira conduzidos por um remador local em trajeto 1h40 apenas ida. Chegando no destino ainda tem mais uma caminhada de 20 minutos que leva até os Caldeirões do Rio Roncador para um banho relaxante nas hidromassagens naturais.
Escalada na Chapada Diamantina
(Foto: Victor Marques)
O turismo na Chapada também atende a públicos específicos como o de praticantes de esportes de aventura que buscam lugares para praticar e se aperfeiçoar. Os escaladores são um desses públicos que encontram na Chapada Diamantina um verdadeiro paraíso de vias de escalada. O esporte pode ser praticado em vias de fácil acesso com paisagens exuberantes. As vias atendem a vários estilos do esporte: tradicional, esportivo e boulders.
Lençóis tornou-se referência de escalada esportiva enquanto Igatu virou o paraíso dos boulders, além de novos setores que continuam sendo descobertos e colocando a Chapada Diamantina cada vez mais no cenário da escalada. E não se engane achando que escalar é apenas para profissionais praticantes, qualquer um pode provar um batismo de escalada. Vias de baixo grau de dificuldade e o acompanhamento constante de um instrutor tornam a atividade super prazerosa e indicada para marinheiros de primeira viagem. Cuidado, sua primeira escalada pode ser o início de um longo amor pelas rochas.
Mountain Bike na Chapada Diamantina
(Foto: Caminhos do Sertão)
A Chapada Diamantina tem sido reconhecida como o paraíso do Moutain Bike. Pedras, travessias de rios, subidas e descidas íngremes fazem parte de qualquer roteiro de Moutain Bike feito na Chapada. A maior parte dos atrativos que são acessíveis por trekking também são acessíveis via bicicleta. Imagine então pedalar passando pelo Poço Azul, pela Cachoeira do Buracão e tantas outras belezas, é a melhor forma de recompensar o esforço do pedal.
Existem roteiros de apenas um dia como o trajeto que vai até Marimbus e o trajeto do Vale do Cercado. No último, você poderá pedalar ao lado de um dos principais visuais: o Morro do Pai Inácio, Morro do Camelo, Morrão e Três irmãos. Já se o objetivo for uma imersão total na Chapada Diamantina, você poderá fazer o roteiro de Volta ao Parque de Bicicleta. O trajeto tem o total de 250 km por trilhas, estradas de terra e areia. A duração é de 8 dias e 7 noites.
Cidades Pitorescas da Chapada Diamantina
Além de conhecer os atrativos naturais não deixe de mergulhar nos atrativos culturais desse destino que é cultura pura, as diversas influências culturais da Chapada Diamantina estão estampadas na arquitetura, culinária e tradições de suas cidades e vilas, e essa mistura deu origem a cantinhos bem exóticos. Divida seu roteiro para conhecer o máximo possível das vilas e cidades e não irá se arrepender, aqui fica nossa pincelada de três cidades ou vilas ricas culturalmente.
Lençóis é a cidade mais famosa da região, em estilo colonial, restaurantes de alto nível e ótima estrutura de hotéis e pousadas Lençóis tem uma agenda cultural forte com as festividades tradicionais, como o Festival de Lençóis. O restaurante El Jamiro é um exemplo do pluramismo cultural, o resto serve comida argentina no coração do Brasil.
O Vale do Capão é canto “hippie” da Chapada Diamantina, um cantinho de esoterismo e culinária vegetariana de ótimo bom gosto e excelente lugar para um Festival de Jazz, que acontece e tem nome: Festival de Jazz do Capão. Já Igatu é
uma vila feita de pedra que lembra a cidade peruana, Machu Picchu. A semelhança rendeu a vila o apelido de Igatu Picchu. A cidade possui um museu a céu aberto que realiza exposições temporárias de artistas plásticos renomados.
Volta ao Parque da Chapada Diamantina
Lembre-se que a Chapada Diamantina atende a diversos estilos de viagem e da mesma forma que é possível dar a Volta ao Parque caminhando ou andando de bicicleta também é possível fazer o mesmo de carro, com algumas pequenas e leves caminhadas até os atrativos. Os roteiros vão de 5 a 8 dias e passam pelos principais atrativos da Chapada.
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