12 abril 2023

Soyuz, Soyouz[1][2] ou Souyoz[2] (em russo Союз, "união") é a designação de uma nave espacial soviética

 SoyuzSoyouz[1][2] ou Souyoz[2] (em russo Союз, "união") é a designação de uma nave espacial soviética

Soyuz 19 (Apollo Soyuz Test Project) spacecraft.jpg

SoyuzSoyouz[1][2] ou Souyoz[2] (em russo Союз, "união") é a designação de uma nave espacial soviética com capacidade para três cosmonautas, usada no programa espacial de mesmo nome e em outros programas, e que é usada até hoje pela Rússia.

A expressão também pode designar o programa e a família de foguetes Soyuz da União Soviética atualmente Rússia.

A Soyuz é a nave espacial com maior período de uso na história da exploração espacial e considerada muito eficiente e segura, não ocorrendo acidentes fatais desde 1971 (o primeiro voo tripulado foi em 1967).

Origem

A nave Soyuz tem sua origem no programa com o mesmo nome, desenvolvido pela extinta União Soviética, durante a corrida espacial pela conquista da Lua. Após a Dissolução da União Soviética, a nave passou a servir o programa espacial da Rússia, e acabou sendo usada em parceria com o ex-rival, os Estados Unidos, nas operações com a Estação Espacial Internacional (ISS).

A nave Soyuz foi precedida pelas naves Vostok (com capacidade para um cosmonauta) e Voskhod (com capacidade para dois ou três).

Acredita-se que o principal objetivo do desenvolvimento da Soyuz seria levar homens para a Lua, embora a antiga União Soviética não tenha admitido a existência deste plano.

A nave Soyuz adaptada para executar circunavegação da Lua, sem no entanto pousar no solo lunar, foi chamada Zond. A sua principal caraterística, em relação às outras naves consistia na substituição do módulo de reentrada por um módulo com vários instrumentos de medição.

URSS tentou ao final da década de 1960, sem sucesso, circum-navegar com cosmonautas a Lua antes dos Estados Unidos. Tal fato não veio a ocorrer, devido a uma série de problemas com o programa espacial soviético.

Apenas missões Zond não tripuladas, Zond 5 e Zond 6, o fizeram em setembro e novembro de 1968. Após isto, ainda houve as missões não tripuladas Zond 7 e Zond 8 que circum-navegaram a Lua em 1969 e 1970, já após os bem sucedidos voos tripulados dos Estados Unidos para a Lua.

Versões da nave espacial

Diagrama da Soyuz

Durante o longo período de uso da Soyuz, diversas versões foram desenvolvidas para atender necessidades específicas.

As versões existentes são 5: Soyuz T, Soyuz TM, Soyuz TMA, Soyuz TMA-M e Soyuz MS. A versão Soyuz T voou pela primeira vez em 1980 e, desde 1986, foi introduzida a versão "TM". Esta versão foi especialmente desenvolvida para enviar as tripulações da estação espacial MIR. As modificações incluem uma série de melhorias no projeto da nave e a introdução de controle de voo computadorizado.

A Soyuz MS é a versão mais recente (2016), e planejada para ser a última. Houve atualizações nos computadores, painéis solares, telemetria e ajustes no sistema de acoplamento. A Soyuz é também utilizada como "bote salva-vidas" da Estação Espacial Internacional (ISS).

Existe ainda uma versão não tripulada da Soyuz, chamada Progress, que consiste numa nave para envio de suprimentos, antes usada com a estação espacial MIR, e atualmente com a ISS. A capacidade de carga da Progress é de 2 230 - 3 200 kg.

China, recentemente, enviou seu primeiro taikonauta ao espaço, usando a nave Shenzhou, que teve como base a Soyuz.

Variantes

Soyuz TMA-17 antes de acoplar a ISS
Soyuz TMA acoplado a ISS

Foguete lançador e nave espacial

Módulos da espaçonave Soyuz
Soyuz TMA-3 e seu foguete lançador sendo transportados para a torre de lançamento

A nave espacial Soyuz é uma nave com capacidade para três cosmonautas em viagens prolongadas (pretendia-se que ela viajasse para a Lua) formada por três compartimentos: módulo de serviço; módulo orbital; e cápsula de reentrada (veja diagrama). No total, considerando todos os módulos, a nave mede cerca de 7,2 m de comprimento, com um diâmetro máximo de 2,7 m e 10,6 m de ponta a ponta dos painéis solares, pesando todo o conjunto, no lançamento, 7,1 ton. Suas dimensões e capacidades são similares à da nave Apollo que foi usada pelos Estados Unidos no Projeto Apollo.

Estes módulos da Soyuz podem se separar durante a missão. Este é, particularmente, o caso do módulo de reentrada, usado pelos cosmonautas, como o nome já indica, para a reentrada na atmosfera terrestre.

O módulo de reentrada da Soyuz, diferente do que aconteceu com o Projeto Apollo dos estadunidenses, não foi projetado para pousar na água, mas sim em terra firme. Sua precisão de acerto do ponto de pouso é de 30 km.

Os dispositivos de comunicação e controle, assim como os assentos dos tripulantes, ficam no módulo de reentrada. Os dispositivos de manutenção de vida ficam localizados no módulo orbital. Finalmente, no módulo de serviço localizam-se os motores para manobras, as antenas de comunicação e os painéis solares.

Na extremidade do módulo orbital, a Soyuz possui uma porta para acoplagem (usada para acoplar na MIR e na ISS, por exemplo).

A versão de carga Progress não possui esta construção modular, sendo totalmente inteiriça.

foguete lançador da Soyuz e da Progress, chamado Soyuz, evoluiu do míssil balístico intercontinental Classe A (R.7 ou "foguete Sputnik"), originalmente desenvolvido por Sergei Korolev. Desde o início dos anos 1960 até hoje, o veículo lançador Soyuz evoluiu em sua capacidade de lançamento, tendo sido desde o início o principal veículo para trabalho com a ISS.

O lançador Soyuz possui três estágios com um comprimento que vai de 44,3 metros até 46,28 metros, dependendo da configuração usada, e 10,5 metros de diâmetro máximo. A combustão é obtida usado uma mistura de querosene e oxigênio líquido. O foguete pesa 308 toneladas quando totalmente cheio de combustível. O foguete é equipado com 6 motores com 4 câmaras de combustão cada, sendo 4 motores no primeiro estágio, 1 no segundo e mais 1 no terceiro.

Missões da Soyuz

Nave Soyuz acoplada na estação espacial MIR

Para uma tão bem sucedida nave espacial, não se esperaria um início tão problemático como o da Soyuz. Sua primeira missão tripulada ocorreu em 23 de abril de 1967, tendo a bordo um único cosmonautaVladimir Komarov. Esta missão foi chamada Soyuz 1.

Foi planejado que a Soyuz 1 fizesse um rendez-vous (encontro em órbita) com a Soyuz 2, que seria lançada no dia seguinte, e dois cosmonautas da Soyuz 2 passassem para a Soyuz 1 após um "passeio no espaço".

Devido a uma série de problemas técnicos, nada disto se realizou, e a planejada Soyuz 2 nem descolou. No final, a missão resultou na morte de Komarov na reentrada, pois seu paraquedas não abriu e a nave se espedaçou contra o solo.

Este acidente atrasou o programa Soyuz por 18 meses. Neste período foram tentados lançamentos não tripulados para verificar a confiabilidade do equipamento.

As missões tripuladas foram retomadas em 26 de outubro de 1968, com o lançamento da Soyuz 3. No entanto, o programa espacial soviético já estava bastante atrasado, e não tinha mais condições de alcançar o programa espacial dos EUA. O cosmonauta desta missão era Georgi Beregovoi, e sua missão era acoplar com uma Soyuz não tripulada (que recebeu o nome de Soyuz 2). No entanto, por falha humana, a acoplagem não foi bem sucedida.

Cópia em tamanho real na Cité de l'EspaceToulouseFrança.

O primeiro acoplamento do programa espacial soviético só ocorreria com a Soyuz 4 - Soyuz 5, em janeiro de 1969. Nesta missão ocorreu a primeira transferência de tripulação da história da exploração espacial, onde dois cosmonautas da Soyuz 5, Yevgeny Khrunov e Aleksei Yeliseyev, trocaram de nave ("caminhando pelo espaço") e foram para a Soyuz 4, onde já estava o cosmonauta Vladimir Shatalov. Permaneceu na Soyuz 5 o cosmonauta Boris Volynov que acabou patrocinando a mais estranha reentrada da história espacial, pois teve problemas para desacoplar o módulo de serviço na reentrada e a nave reentrou na atmosfera em uma posição não convencional. Também devido a problemas no sistema de foguetes de pouso, a descida foi mais dura que o normal e Volynov quebrou um dente na colisão com o solo.

Na década de 1960 ainda ocorreu a missão conjunta Soyuz 6Soyuz 7 e Soyuz 8. A Soyuz 6 tirou fotos da tentativa de acoplamento das Soyuz 7 e Soyuz 8. O acoplamento falhou devido a um problema na eletrônica de rendez-vous das três naves.

A última missão Soyuz foi a Soyuz 9 em 1970.

Em 1971, ocorreu o último acidente fatal com a Soyuz. Após uma bem-sucedida missão de acoplagem com a estação Salyut 1, os três tripulantes da Soyuz 11 morreram asfixiados, durante a reentrada na atmosfera terrestre: a cápsula se despressurizou, e os cosmonautas, até então, não faziam uso de trajes espaciais.

Apesar dessa tragédia, o uso da nave Soyuz prosseguiu durante os anos 1970 e 1980, em um consistente conjunto de missões com objetivo de testar a capacidade humana em permanecer no espaço por longos períodos (projetos Salyut e Almaz). Este projeto culminaria com as missões Soyuz relacionadas com a estação espacial MIR. A primeira delas foi a Soyuz T-15, em março de 1986.

Em 1983, outro grande susto: o foguete que levaria a Soyuz T-10-1 pegou fogo ainda no solo, mas seus tripulantes conseguiram se ejetar dois segundos antes da explosão.

Também devemos lembrar a missão Soyuz 19 que acoplou com a Apollo 18 da Nasa (agência espacial dos Estados Unidos) em 1975.

Com o encerramento em 21 de julho de 2011 do programa do Ônibus Espacial (Shuttle) pela NASA, as naves russas Soyuz passaram a ser as únicas naves espaciais que servem a Estação Espacial Internacional, tanto levando astronautas, quanto mantimentos (usando uma nave Progress).

Ver também

Soyuz TMA-2

Referências

  1.  Vaivém Soyouz chega à Estação Espacial Internacional
  2. ↑ Ir para:a b All u need is space. Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia. 2013. p. 9. ISBN 978-92-79-26966-0doi:10.2769/69935. Consultado em 22 de fevereiro de 2019

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