TRANSPORTES DO MUNDO TODO DE TODOS OS MODELOS: Os médios-pesados L-2013, L-2014 e L-2017 todos na versão 6X2

05 maio 2017

Os médios-pesados L-2013, L-2014 e L-2017 todos na versão 6X2


1970 Mercedes-Benz L-2013 (6X2)
Em 1970 o Brasil sofria com o regime militar. Na época era governado pelo então Presidente da República Emílio Garrastazu Médice (30.10.1969) a (15.03.1974).
Emílio Garrastazu Médice, 28º presidente do Brasil

O governo Médici ficou marcado pelo mascarado “milagre econômico”, cujo principal protagonista foi o então ministro da Fazenda, Delfim Netto.


Antonio Delfim Netto, o “superministro” do governo Médici
De acordo com os historiadores Luiz Koshiba e Denise Manzi Frayze Pereira, a ilusão de prosperidade encobria a tragédia da oposição e conferia grande prestígio aos tecnocratas, dos quais Delfim Netto foi talvez o mais expressivo. No governo Médici, ele teve um papel de superministro.
Em resumo, repressão e “milagre econômico” foram dois traços marcantes do governo Médici, e equivalem a dois níveis da estratégia do regime militar: a “doutrina da segurança nacional” e o “desenvolvimento a qualquer preço”.
Diante deste cenário político e econômico a Mercedes-Benz do Brasil se lançava em mais um desafio. Colocar no mercado uma linha de caminhões médios, semi-pesados e médio-pesados.
Propaganda Mercedes-Benz extraída da revista Veja, ed. 116 de 25-11-1970
No segundo semestre de 1970, com toda força e coragem a Mercedes-Benz lança no mercado brasileiro os caminhões médios L/LA/LK/LAK/LS-1113, semi-pesados L/LK/LS-1313 e L/LK-1513 e os médio-pesados L-2013 (6x2) e L/LK/LB-2213 (6x4), pioneiros na tecnologia de motores com injeção direta.
Caminhão médio-pesado Mercedes-Benz, Série AGL-Tradicional, modelo L-2013 (6X2) ano 1970
O L-2013 (6X2) chegava ao mercado com eixos traseiros em tandem, originais de fábrica. Para a época foi um grande avanço, uma vez que o frotista evitava o inconveniente fato de comprar um caminhão “toco” versão 4X2 e posteriormente ter de introduzir um 3º eixo adaptado por montadores credenciados. Assim o L-2013 era a opção mais prática para o transportador de cargas com maior densidade em relação ao volume.
O MB L-2013 (6X2) foi o primeiro caminhão da marca a sair trucado de fábrica
Com a suspensão constituída de molas articuladas centralmente, em um único ponto de apoio no chassi e com os eixos motriz e de arraste montados nas extremidades todo sistema trabalhava em perfeita consonância fazendo do L-2013 (6x2) um caminhão muito robusto.
O “Vinte Treze” foi o imponente “TRUCADÃO” da Mercedes-Benz nos anos 70. (imagem de 1972)
O conjunto de chassi juntamente com os dois eixos traseiros em tandem, o primeiro deles motriz, garantiam ao médio-pesado L-2013 (6X2) um Peso Bruto Total (PBT) de 21 toneladas.
Mercedes-Benz L-2013 (6X2) ano 1979, equipado com baú isotérmico. Veículo de propriedade do extinto Frigorífico Kaiowa com matriz em Presidente Venceslau-SP. Essa é uma imagem cedida pelo nosso cortês amigo Giori.
Vale apena frisar que o L-2013 foi oferecido em três versões de distância entre eixos. Sendo elas:
·       L-2013/36 (6X2) – 3600 mm + 1300 mm;
·       L-2013/42 (6X2) – 4200 mm + 1300 mm;
·       L-2013/48 (6X2) – 4823 mm + 1300 mm.
Linha de caminhões Mercedes-Benz em 1972
Em 1973 o slogan da Mercedes-Benz destacava: O que é bom já nasce diesel
O slogan “O que é bom já nasce diesel” fazia uma alusão ao processo de dieselização dos caminhões no Brasil. Processo que nasceu com o pioneirismo da Mercedes-Benz do Brasil em dezembro de 1955, quando da fundição do primeiro bloco de motor veicular Mercedes-Benz diesel.
O L-2013 vinha equipado com o trivial propulsor Mercedes-Benz OM-352 aspirado mais conhecido popularmente como maçarico.


Motor MB OM-352 aspirado
Esse motor foi lançado em 1969 e trazia consigo a tecnologia da injeção direta, considerado o primeiro grande avanço tecnológico do motor diesel.
Em um primeiro momento o OM-352 equipou os ônibus urbanos e interurbanos O-352. Posteriormente passou a equipar a linha de caminhões médios, semi-pesados e médio-pesados da Estrela de Três Pontas.

OM-352 e seus 130 cavalos de potência
O popular OM-352 garantia 130 cv (96 KW) de potência liquida (DIN) ou 147 cv (108 KW) de potência bruta (SAE).
Na época quando comparado com os motores de injeção indireta o OM-352 tinha por característica o baixo consumo de combustível decorrente do principio da injeção direta nele adotado. Outro ponto forte era sua longa vida útil.
O sistema de injeção direta era conhecido também pela sigla DI – (Direct Injection).

Manual descritivo de funcionamento do sistema de injeção direta
O manual acima descrevia que:
“No sistema Mercedes-Benz de injeção direta o ar na fase de aspiração pelo deslocamento do êmbolo, é submetido a um forte movimento rotativo, graças aos condutos de admissão projetados em forma helicoidal. Esse movimento rotativo acelera-se ainda mais na fase da compressão, graças ao formato da cavidade na cabeça do êmbolo.
Quase no final da compressão do ar, o combustível é injetado diretamente na câmara de combustão introduzido em jatos finíssimos e encontrando uma massa de ar em movimento rotativo e superaquecido pela compressão, o combustível mistura-se perfeitamente com este. A combustão que então se inicia gradativa mas rápida torna-se uniforme e completa.
Por tudo isso o motor trabalha com alto rendimento em termos de quilômetros por litro, produzindo grande força de tração com reduzido consumo de combustível.”

Mercedes-Benz OM-352
No interior, a cabina semi-avançada série AGL Tradicional chamava atenção por meio das poltronas que eram revestidas com uma espécie de napa com estampa xadrez.

Famosa estampa xadrez revestia os bancos

Visão geral da cabina semi-avançada AGL Tradicional
Painel de instrumentos
Teto solar dotado de diversas opções de regulagem

Fonte: Mercedes-Benz do Brasil.

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