Filial da japonesa Ishikawajima-Harima Heavy Industries, a Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A. – Ishibras instalou-se no país no último ano da década de 50, como resultado do Plano de Metas do Governo JK. Localizado na ponta do Caju, na cidade do Rio de Janeiro, foi por três décadas um dos dois mais importantes estaleiros brasileiros. A empresa, assim como todo o restante da indústria naval brasileira, passou por períodos de crise profunda, levando-a a se empenhar na diversificação. Assim, em associação com a norte-americana Bucyrus, montou escavadeiras elétricas sobre esteiras para mineração a céu aberto (walking draglines e mining shovels), para as quais fornecia estruturas e componentes mecânicos de tração, correspondendo a cerca de 2/3 do equipamento (em peso).
A primeira máquina, a “draga andante” 1260W, foi concluída em 1982. Com peso total de 1.400 t e potência instalada de 3.000 cv, possuía lança de 70 m de comprimento e caçamba de arraste com capacidade de 30 m³. Os sistemas eletro-eletrônicos eram da Villares. Outros modelos ainda maiores foram construídos, como a draga 6800W (34 m³, com equipamento elétrico Siemens), em 1984, para a Mineração Rio do Norte, e a grande escavadeira 295 B-2, dois anos depois fornecida para a Companhia Vale do Rio Doce e colocada em operação em Carajás. Por vários anos, a Ishibras também fabricou turbocompressores para motores de automóveis.
A instabilidade do setor levou a matriz a se desinteressar por seus investimentos no Brasil, vendendo o controle da filial, em 1994, para o consórcio Emaq-Verolme, recém constituído pelo polêmico empresário Nelson Tanure e que mal saía de uma concordata. Envolvido em dívidas milionárias, antes de terminar a década o empresário já revendera parte do seu patrimônio, arrendando os dois maiores estaleiros, unidos sob a razão social Indústrias Verolme Ishibras S.A.. Segundo contrato firmado em 2009, com vigência de 20 anos, a Petrobrás é a atual arrendatária do estaleiro Ishibras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário