TRANSPORTES DO MUNDO TODO DE TODOS OS MODELOS: FNM

26 janeiro 2018

FNM


Luís Alberto Caju

  Da década de 1970 para trás, o rei das estradas era o caminhão FNM (Fábrica Nacional de Motores). Numa época em que a maioria das rodovias não tinha asfalto, com o motorista enfrentando poeira e lama para transitar por todo o País, o FNM vencia todas as barreiras, como gladiador derrubando os adversários. Tinham chassi super-reforçado com travessas de aço, motor possante para época, cabine-leito muito confortável em relação aos concorrentes, robustez, simplicidade e confiabilidade do seu conjunto mecânico. Para não deixar no esquecimento essa rica história desses veículos, é importante o papel do colecionador.
   O empresário Osvaldo Tadeu Strada tem 20 caminhões FNMs. Um deles o modelo D-11000 Standard, 1965, comprado em 1970, trabalhou na entrega de tratores da Catterpilar até 2005. “Foi restaurado entre 2008 e 2009. Atualmente carrega os demais caminhões para eventos de exposições de veículos antigos”, disse. Apesar de fabricado há 47 anos, ele é dotado de motor com 210 HP, câmbio FNM 4 marchas, bomba injetora especial, com regulador do motor Ford carga, bicos de 10 mm, diferencial longo (95 km) e plataforma de madeira para capacidade de 18 toneladas.
   Outro responsável por manter vivo o nome dos caminhões FNM é o capitão-de-longo-curso da Marinha Mercante, Miklos G. Stammer. Comprou um veículo desta marca, que transportava contêineres entre o Porto de Paranaguá (PR) e Assunção (Paraguai). “Na reforma substitui diversas partes adulteradas ou desgastadas, como caixa de câmbio, diferencial e a maior parte da cabine; a restauração durou mais de 1 ano e consumiu R$ 42 mil (não incluso o valor de compra do veículo)”, descreveu.
  Segundo Stammer, as peças foram obtidas no Brasil, a maioria em desmanches, com ex-donos deste tipo de caminhão e nas lojas antigas de venda deste material. “Mantive o máximo de originalidade, exceção do dínamo trocado por um alternador, espelhos retrovisores (maiores que os originais, cujo ângulo de visão era limitado) e freio estacionário (mais confiável e seguro em caso de perda de ar do sistema pneumático)”, explicou.


Ficha técnica

Motor: AR 1610 (licença Alfa Romeo), ciclo Diesel de injeção direta, 4 tempos, 6 cilindros em linha, com bloco e cabeçotes em liga leve de alumínio (em 3 blocos de 2 cilindros cada um), comando de válvulas no cabeçote, camisas de ferro fundido, removíveis, árvore de manivelas com 7 mancais e munida de antivibrador.
Potência máxima: 175 HP (SAE), cilindrada 11.050 cm³, relação de compressão 17:1, regime máximo de rotação 2000 rpm, bomba injetora Bosch.
Ano: 1964, variante V-6 (cavalo mecânico).
Modelo: D – 11.000, cabine tipo Standard, cor verde-seda (original de época).
Peso rebocável: 19.307 kg com semirreboque de 1 eixo e 29.491 kg com semirreboque de 2 eixos.
 Transmissão: caixa “seca” com 4 marchas à frente e 1 à ré, multiplicada para 8 (inclusive à ré), por meio da alavanca conhecida como “reduzida”.
Freios: sistema pneumático, com compressor Bendix.
Sistema elétrico com 2 tensões: 24 V (motor de partida [6 c.v.] e alternador) e 12 V (aparelhos e acessórios).  Duas baterias de 12 V, com capacidade de 140 ampères-hora cada uma.
Rodas: de aço com aros de 22”, com pneus 1100 x 22”, de 14 lonas, instaladas em cubos raiados.

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