TRANSPORTES DO MUNDO TODO DE TODOS OS MODELOS: Corveta Barroso (V-34): A Joia da Marinha do Brasil em Patrulha pelos Oceanos

16 outubro 2025

Corveta Barroso (V-34): A Joia da Marinha do Brasil em Patrulha pelos Oceanos

 

CORVETA BARROSO V-34


Corveta Barroso (V-34): A Joia da Marinha do Brasil em Patrulha pelos Oceanos


Introdução

Em um país com 7.400 km de costa, uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE) de 3,6 milhões de km² — a chamada “Amazônia Azul” — e crescentes ameaças à soberania marítima, a Marinha do Brasil precisava de uma embarcação versátil, moderna e 100% nacional.

A resposta veio em forma de aço, tecnologia e orgulho: a Corveta Barroso (V-34), a primeira unidade de guerra projetada e construída integralmente no Brasil em mais de 50 anos.

Mais do que um navio de guerra, a Barroso é um símbolo da capacidade industrial e estratégica do país — capaz de patrulhar, combater, resgatar e projetar poder em alto-mar.

Neste artigo, mergulhamos na história, tecnologia, missões e futuro dessa embarcação que carrega o nome de um dos maiores heróis navais do Brasil: o Almirante Francisco Manoel Barroso da Silva, comandante da vitória na Batalha do Riachuelo.


Origem: O Renascimento da Indústria Naval Brasileira

Após décadas de dependência de estaleiros estrangeiros, o Brasil decidiu retomar sua soberania naval. Em 1999, foi lançado o Programa de Reaparelhamento da Marinha (PRM), com foco em navios de patrulha oceânica.

A encomenda foi feita à Indústria Naval do Ceará (INACE), que, em parceria com o Centro de Projetos de Navios da Marinha (CPN-MB), desenvolveu um projeto totalmente nacional — inspirado na corveta Inhaúma, mas com tecnologia atualizada, sensores modernos e maior autonomia.

A Barroso (V-34) foi lançada ao mar em 2002 e comissionada oficialmente em 19 de agosto de 2008. Uma segunda unidade, a Corveta Júlio de Noronha (V-35), entrou em serviço em 2012.


Missões e Papel Estratégico

A Barroso foi projetada para múltiplas funções:

  • Patrulha da Amazônia Azul
  • Combate a ameaças assimétricas (pirataria, narcotráfico, pesca ilegal)
  • Defesa antissubmarina (ASW) e antiaérea limitada
  • Apoio humanitário e evacuação de civis
  • Presença naval em missões de paz da ONU

Sua versatilidade permite operar sozinha ou como parte de uma esquadra — ideal para um país com vasto litoral e recursos marítimos estratégicos.


Ficha Técnica Completa: Corveta Barroso (V-34)

Classe
Barroso (baseada na classe Inhaúma, mas com melhorias)
Nome
Barroso(V-34)
Homenagem
Almirante Francisco Manoel Barroso da Silva
Construtora
Indústria Naval do Ceará (INACE), com projeto do CPN-MB
Entrada em serviço
19 de agosto de 2008
Deslocamento
1.970 toneladas (carga plena)
Comprimento
103,4 metros
Boca (largura)
11,4 metros
Calado
3,6 metros
Propulsão
Sistema CODAD: 4 motores diesel MTU 20V 1163 TB93 (18.000 hp total)
Velocidade máxima
26 nós (~48 km/h)
Autonomia
5.000 milhas náuticas (9.260 km) a 15 nós
Tripulação
154 (incluindo oficiais, praças e aviação)
Heliponto
Sim (para helicóptero até 8 toneladas, como o SH-16 Seahawk)
Hangar
Não (apenas heliponto)

Armamento

  • 1 canhão OTO Melara 76 mm (superfície e antiaéreo)
  • 2 canhões automáticos MSI DS30M 30 mm (defesa próxima)
  • 2 lançadores quádruplos de mísseis antinavio Exocet MM40 Block II (alcance: 70 km)
  • 2 lançadores de torpedos antissubmarino Mk 32 (triplos) com torpedos MU90 ou Mk 46
  • Metralhadoras 12,7 mm (defesa assimétrica)

Sensores e Sistemas

  • Radar de navegação Furuno
  • Radar de superfície e aéreo Thales TM 1126
  • Sistema de combate SIAC-3 (Sistema Integrado de Ação de Combate, desenvolvido no Brasil)
  • Sonar de casco (hull-mounted)
  • Sistema ESM/ECM (guerra eletrônica)
  • Link de dados Link Y (comunicação tática com outras unidades)

Tecnologia 100% Nacional? Quase!

Embora o projeto seja brasileiro, alguns sistemas críticos ainda são importados — como os mísseis Exocet (França) e os motores MTU (Alemanha). Contudo, o SIAC-3, o software de combate, os painéis de controle e a integração geral foram desenvolvidos por engenheiros da Marinha e indústria nacional.

Isso representa um salto estratégico: o Brasil não apenas constrói navios, mas integra sistemas de combate complexos — um pré-requisito para futuros submarinos e fragatas.


Operações Reais: A Barroso em Ação

  • Patrulha da Amazônia Azul: Monitoramento constante da ZEE contra pesca ilegal e exploração não autorizada de petróleo.
  • Operação Ágata: Participação em grandes operações de defesa de fronteira e soberania.
  • Missões internacionais: Embora não tenha sido enviada à ONU, está pronta para operações de paz.
  • Treinamentos multinacionais: Exercícios com marinhas da África, América do Sul e EUA.

Em 2023, a Barroso participou do Exercício COMBINADO, reforçando a interoperabilidade com forças aliadas no Atlântico Sul.


Limitações e Desafios

  • Falta de hangar para helicóptero: Reduz a capacidade ASW de longo alcance.
  • Defesa antiaérea limitada: O canhão de 76 mm é eficaz, mas não substitui mísseis superfície-ar.
  • Velocidade moderada: 26 nós é suficiente para patrulha, mas inferior a fragatas modernas (30+ nós).

Apesar disso, seu custo-benefício é excelente — estimado em US$ 200 milhões por unidade, muito abaixo de fragatas ocidentais.


Futuro: Sucessora e Legado

A classe Barroso pavimentou o caminho para o Programa de Construção de Fragatas Classe Tamandaré, com 4 unidades em construção pela Águas Azuis (parceria entre ThyssenKrupp e Embraer Defense).

Mas a Barroso continuará em serviço por mais 20+ anos, modernizada com:

  • Novos radares AESA
  • Mísseis antinavio nacionais (como o MANSUP)
  • Sistemas de guerra eletrônica atualizados

Seu legado? Provar que o Brasil pode projetar, construir e operar navios de guerra de alto nível — com soberania tecnológica.


Conclusão

A Corveta Barroso (V-34) é muito mais que um navio: é um marco histórico da engenharia naval brasileira, um guardião da Amazônia Azul e um testemunho do que é possível quando nação e Marinha caminham juntas.

Enquanto os oceanos forem estratégicos, a Barroso — e suas sucessoras — continuarão navegando com orgulho, soberania e o azul do Brasil no horizonte.


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FICHA TÉCNICA
Tipo: Corveta
Tripulação: 160 tripulantes
Data do comissionamento: Novembro de 2008 ?
Deslocamento: 2350 toneladas
Comprimento: 103,4 mts.
Boca: 11,4 mts.
Propulsão: 2 motores a Diesel MTU Friedrichshafen (20V 1163 TB83) com 7400 hp cada e 1 Turbina a Gás General Electric (LM2500) com 27000 hp
Alcance: 7200 Km e 15 dias de mantimentos
Sensores: radar de busca aérea de médio alcance Selex Sistemi RAN-20S bidimensional com 120 km de alcance. Radar de controle de tiro Selex Sistemi RTN-30X com alcance de 39 km; Radar de navegação Racal-Decca TM-1226 com 27 km de alcance
Armamento: Um canhão de duplo emprego Vickers L-55 MK8 de 114,3 mm; Um canhão Bofors Trinity MK-3 de 40 mm; Dois lançadores duplos de mísseis MBDA MM-40 Block II Exocet; 2 lançadores triplos MK-32 de torpedos MK-46 Mod-5
Aéronaves: Um helicóptero Agusta Westland Super Linx anti-submarino.

Falar a respeito do descaso das autoridades, que governaram este país por décadas, a respeito da falta de investimentos nas forças armadas, chega a ser repetitivo além de cansativo, porém é fato de conhecimento publico esse drama vivido pelos profissionais que, pela constituição, devem defender a integridade deste país e que, de certa forma, fazem muito mais atos patrióticos que os integrantes do congresso nacional, que lesam dia após dia esse país. Uma das muitas conseqüências nefastas dessa realidade é o tempo, exageradamente demorado, para se fabricar um navio de porte de uma corveta, como foi o caso da corveta Barroso que demorou 14 anos para ser terminada e só agora entrou em testes no mar. No dia 17 de abril de 2008 a nova corveta Barroso fez suas primeiras evoluções no mar ao navegar pela Bahia de Guanabara, testando seus sistema de propulsão.
 
A corveta Barroso é derivada, diretamente, da corveta Inhaúma, desenvolvida no inicio dos anos 80 e que com 4 unidades em serviço, mostraram algumas deficiências de navegação que impediam o desempenho planejado do navio, principalmente em mar revolto. A Corveta Barroso tem 4,2 metros a mais de comprimento de casco e algumas outras mudanças no desenho do navio para melhorarem a sua capacidade marinheira.
Inicialmente se pensava em se construir mais unidades da Inhaúma original, porém os problemas relacionados a navegação que levaram a o desenvolvimento de uma versão melhorada, acabou dando origem a uma classe nova de navio, a corveta Barroso.
Acima: A Barroso ancorada no Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro, alguns dias antes de sua estréia no mar. O desenho do navio mostra claramente a idade do projeto, com a ausência de traços de furtividade no casco. FotoFelipe Salles/http://www.alide.com.br/

A propulsão da Barroso é do tipo CODOG (combinação com motor diesel ou turbina a gás) consideravelmente mais potente que as da Inhaúma. Embora a turbina a gás seja a mesma, uma General Eléctric LM-2500 com 27500 hp de potência, porém os 2 motores a diesel modelo MTU-20 V1163 da barroso são bem mais potentes, proporcionando uma força de 7400 hp cada contra os 5800 hp que os motores MTU 16V 596 TB91 das Inhaúma conseguem. A barroso consegue uma velocidade de 29 nós (56 km/h), pouco mais veloz que as Inhaumas que chegam a 27 nós.

FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/ 

Os sensores da Barroso são compostos por um radar de busca aérea de médio alcance Selex Sistemi RAN-20S bidimensional, capaz de detectar alvos aéreos a 120 km; um radar de controle de tiro Selex Sistemi RTN-30X com alcance de 39 km. Esse radar faz a direção de tiro para o canhão principal. O radar de navegação é um pequeno Racal-Decca TM-1226 com 27 km de alcance maximo.
Esses sensores têm desempenho inferior à de qualquer fragata moderna, mas uma corveta não necessita de sistemas tão complexos dado a natureza de sua missão ser de menor alcance.
  FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

  FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/ 

O armamento, porém, é bem servido. O canhão principal é um Vickers L-55 MK8, de origem britânica e usada pelas fragatas Niterói e as corvetas Inhaúma. Trata-se de um canhão semi-automático de 114,3 mm (4,5 polegadas) com cadência de tiro na ordem de 25 tiros por minuto e um alcance efetivo de 22 km. O uso deste canhão se dá contra alvos de superfície e aéreos. Além deste canhão, outro armamento de tubo se faz presente na Barroso. O canhão anti-aéreo Bofors Trinity MK-3 de 40 mm, controlado por uma mira Optrônica EOS 400, é capaz de atingir alvos até 10 km de distancia. A cadencia de tiro deste canhão é de 330 tiros por minuto, sendo que o carregador, acomoda 101 tiros.
Para guerra antinavio são usados 2 lançadores duplos de mísseis MBDA MM-40 Block II Exocet, guiados por radar ativo e com alcance de 70 km. Este míssil já foi amplamente utilizado em diversos conflitos pelo globo, sendo considerado uma arma confiável e eficaz.
Para guerra anti-submarino, foram montados 2 lançadores triplos MK-32 para torpedos leves Alliant Techsystems MK-46 mod.5 com alcance de cerca de 7,3 km e capaz de atacar alvos a uma profundidade de até 365 m. Ainda para guerra anti-submarino é usado um helicóptero especializado Agusta Wetland Super Linx, capaz de transportar torpedos MK-46, e mísseis Sea Skua, antinavio
Torpedos leves Alliant Techsystems MK-46 mod.5  FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

Mísseis MBDA MM-40 Block II Exocet  FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

Canhão  Vickers L-55 MK8 de 114,3 mm     FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

Acima o canhão  Bofors Trinity MK-3 de 40 mm    FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

A corveta Barroso, quando começou a ser construída, a 14 anos atrás, era um navio bastante moderno, porém, embora seja uma embarcação nova, ela não possui as ultimas tecnologias em construção naval e de sistemas de armas e sensores. A demora em terminar sua construção, provavelmente obrigará a marinha a desistir de novas encomendas dessa classe, devendo estudar novos projetos de navios.


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