TRANSPORTES DO MUNDO TODO DE TODOS OS MODELOS: S-30 Tupi: O Submarino que Reiniciou a Força Submarina do Brasil

04 outubro 2025

S-30 Tupi: O Submarino que Reiniciou a Força Submarina do Brasil

 

S-30 Submarino Classe Tupi





S-30 Tupi: O Submarino que Reiniciou a Força Submarina do Brasil

Em 1989, após décadas de obsolescência e limitações tecnológicas, a Marinha do Brasil deu um salto estratégico com a entrada em serviço do S-30 Tupi — o primeiro de uma nova geração de submarinos convencionais e o pilar inicial da renovação da força submarina brasileira.

Baseado no consagrado projeto alemão Tipo 209/1200, o Tupi não apenas modernizou a capacidade subaquática do país, mas também abriu caminho para a autonomia industrial naval, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e, futuramente, o submarino de propulsão nuclear.

Neste artigo, vamos explorar a história, tecnologia, missões e legado do S-30 Tupi — o submarino que mergulhou o Brasil de volta no clube das marinhas modernas.


Ficha Técnica Completa – S-30 Tupi

Classe
Tupi (variante doTipo 209/1200da HDW – Howaldtswerke-Deutsche Werft)
Designação
S-30 Tupi
Construtor
Howaldtswerke-Deutsche Werft (HDW), Kiel, Alemanha
Lançamento
26 de abril de 1987
Entrada em Serviço
14 de julho de 1989
Baixa (Desativação)
14 de julho de 2023 (após 34 anos de serviço)
Comprimento
54,1 metros
Boca (largura)
6,2 metros
Calado
5,3 metros
Deslocamento
1.100 toneladas (superfície) / 1.200 toneladas (imersão)
Propulsão
Diesel-elétrica: 4 motores diesel MTU 12V 396 SE + 1 motor elétrico
Velocidade Máxima
11 nós (superfície) /21 nós(imersão – ~39 km/h)
Autonomia
50 dias de patrulha
Profundidade Operacional
~200 metros (máxima estimada: 400 m)
Tripulação
30 oficiais e praças
Armamento
8 tubos lança-torpedos de 533 mm (dianteiros)
Munição
Até 14 torpedosSUT(alemães) ouMK 24 Tigerfish(britânicos)
Sensores
Sonar CSU 3/4 (ativo/passivo), radar de navegação, periscópio óptico/eletro-óptico

Curiosidade: O nome Tupi homenageia o povo indígena Tupi, uma das principais etnias originárias do litoral brasileiro, símbolo da identidade nacional e da resistência cultural.


Contexto Histórico: Um Salto Tecnológico

Antes do S-30 Tupi, a Marinha operava submarinos da década de 1950 — como os obsoletos classe Oberon (ex-S-10 Riachuelo), adquiridos usados do Reino Unido. Com alcance limitado, sensores ultrapassados e baixa confiabilidade, essas embarcações já não atendiam às demandas da defesa marítima moderna.

Diante disso, o Brasil firmou, em 1982, um contrato com a Alemanha para a aquisição de quatro submarinos Tipo 209, com transferência de tecnologia. O S-30 Tupi foi o primeiro, construído na Alemanha, seguido pelo S-31 Tamoio, S-32 Timbira e S-34 Tikuna (este último, totalmente construído no Brasil).

Esse programa marcou o renascimento da Força de Submarinos e lançou as bases para o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro se tornar um centro de excelência em construção submarina.


Carreira Operacional: 34 Anos de Serviço

Durante sua longa carreira, o S-30 Tupi:

  • Participou de dezenas de exercícios nacionais e internacionais, incluindo o UNITAS (com marinhas das Américas).
  • Realizou patrulhas de vigilância na costa brasileira, especialmente na Amazônia Azul.
  • Atuou como plataforma de treinamento para centenas de oficiais e praças da Força de Submarinos.
  • Serviu como banco de testes para novos procedimentos táticos e sistemas de combate.

Apesar de nunca ter disparado um torpedo em combate, sua capacidade de dissuasão foi constante: sua simples existência desencorajava ameaças à soberania marítima brasileira.


Desativação e Legado

Em 14 de julho de 2023, exatamente 34 anos após sua entrada em serviço, o S-30 Tupi foi desativado em cerimônia solene na Base de Submarinos da Marinha, no Rio de Janeiro.

Seu lugar foi assumido pelos novos submarinos da classe Riachuelo (Scorpène) — como o S-40 Riachuelo e S-41 Humaitá — muito mais silenciosos, com sensores digitais avançados e maior autonomia.

Mas o legado do Tupi permanece:

✅ Foi o primeiro passo real rumo à autonomia submarina brasileira.
✅ Validou a parceria tecnológica Brasil-Alemanha.
✅ Preparou o caminho para o PROSUB e o futuro submarino nuclear Álvaro Alberto.

Hoje, partes do S-30 Tupi serão preservadas como acervo histórico, e seu nome continuará vivo na tradição naval brasileira.


Conclusão: O Primeiro Mergulho Rumo ao Futuro

O S-30 Tupi não foi o maior, nem o mais silencioso, nem o mais armado. Mas foi o mais importante — porque reiniciou uma capacidade estratégica que o Brasil não podia perder.

Ele provou que o país podia operar, manter e evoluir uma força submarina moderna. E, ao fazê-lo, abriu as escotilhas para o Brasil se tornar, um dia, uma potência subaquática global.

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A marinha do Brasil, tinha vindo a utilizar, desde o fim da segunda guerra mundial, submarinos de origem americana da classe Guppy. Nos anos 70, incorporou três submarinos britânicos da classe Oberon, deslocando 2400 toneladas. O plano de modernização da frota de submarinos, e a substituição dos velhos Guppy, levou o Brasil a analisar no mercado internacional quais as melhores opções que se apresentavam
.

Depois de ter analisado os submarinos Agosta e Sauro, de projecto Italiano, a marinha brasileira, optou por uma das versões do já então firmado modelo U-209 de submarinos alemães, que constitui a família de maior sucesso no mercado mundial de submarino, com mais de 50 unidades em operação.

Os U-209 Brasileiros, eram mais pequenos que os anteriores Guppy ou que os Oberon, que deslocavam 2400 toneladas e carregavam 24 torpedos, no entanto, a sua superior velocidade e muito inferior tripulação, tornavam-nos mais fáceis e baratos de operar e mais eficazes nas missões que lhes estavam destinadas. Os Oberon, estiveram ao serviço por cerca de 20 anos, e foram descontinuados depois dos Guppy, e à medida que os U-209 foram sendo incorporados.


No entanto, aquilo que distingue os TUPI dos seus predecessores, é que estes, após negociação com o consórcio alemão IKL, foram não só comprados pelo Brasil, mas também construídos no Brasil, no Arsenal da Marinha, no Rio de Janeiro. O primeiro navio, foi construído em Kiel, mas os seguintes são de fabrico brasileiro.







O TUPI, é um U-209-1400, idêntico em grande medida aos U-209 da Turquia, da classe Preveze, com a diferença de os navios brasileiros não terem capacidade para disparar mísseis anti-navio. Aliás, só os U-209 da Turquia e da Grécia, dispõem, dessa capacidade.

A construção do TUPI no Brasil, permitiu à marinha ficar capacitada para não só fabricar os navios, como para muito mais facilmente efectuar todas as manutenções que são necessárias durante a vida útil dos navios, o que até aí tinha que ser feito no exterior.

A classe Tupi começou a ser modernizada, de forma a que os seus sistemas fossem colocados ao nível do submarino Tikuna. O primeiro navio a ser modernizado foi o S33 Tapajó, que ficou pronto em 2011.



Informação genérica: 
A família de submarinos U-209 é a mais proficua de todas as classes de submarinos ocidentais construidos depois da II Guerra Mundial.
Embora a marinha da Alemanha tivesse optado por uma classe de submarinos mais pequenos e adequados para operação apenas no Báltico, os estaleiros alemães desenvolveram o submarino U-209 para o lucrativo mercado de exportação.
O U-209 é baseado no U-206, mas tem dimensões muito maiores e ao contrário daquele, tem capacidade para operar no oceano e autonomia para se deslocar a grandes distâncias.
Embora genericamente chamados de U-209 por partilharem em grande parte um conceito comum, há na realidade várias séries de submarinos U-209 que se diferenciam entre si, sendo alguns deles facilmente identificaveis externamente.
O U-209 é um submarino que pode ser configurado conforme as exigências e necessidades dos clientes e daqui resultou que todas as séries tenham diferenças entre si.
As várias séries dividem-se da seguinte forma: 1000/1100, 1200, 1300, 1400 e 1500.
Os submarinos das primeiras séries (1000, 1100, 1200) identificam-se exteriormente por terem um base da vela claramente proeminente e não integrada no casco.
A série 1300, parece ser uma série de transição, em que há navios que ainda não incorporam o novo casco e outros (caso do Chile) em que as novas características já estão incluidas.
Os navios seguintes, da série 1400 e 1500 têm linhas mais hidrodinâmicas e limpas que os seus antecessores.

Série Tupi / Tikuna
Os submarinos U-209 brasileiros dividem-se em dois grupos, partilhando no entanto grande parte das suas características.
O submarino Tikuna fazia parte de uma segunda série de submarinos que foi entretanto cancelada, ficando restringida a uma unidade. Os antigos submarinos da classe Tupi, estão a ser modificados elevando-os a um nível próximo ao Tikuna.

Navios constituintes da classe

Nr.      Nome       Estaleiro                                                    I.C.    E.S.       Situação
S30     Tupi          HDW - Howaldtswerke Deutsche Werft    n/d    1989 -   Em serviço
S31     Tamoio     AMRJ (Rio de Janeiro)                              n/d    1994 -   Em serviço 
S32     Timbira     AMRJ (Rio de Janeiro)                              n/d    1996 -   Em serviço 
S33     Tapajó      AMRJ (Rio de Janeiro)                              n/d    1999 -   Em serviço

IC = Inicio de Construção ES=Entrada no Serviço Activo.



C a r a c t e r í s t i c a s

Deslocamento: 1.150 ton (padrão), 1.440 ton (carregado em mergulho).
Dimensões: 61.20 m de comprimento, 6.20 m de boca (7.60, incluindo os hidroplanos da popa) e 5.50 m de calado.
Propulsão: diesel-elétrica; 4 motores diesel de 12 cilindros MTU 12V493 TY60 de 800 hp cada, 4 geradores elétricos AEG de 420 Kw cada, 1 motor elétrico, acoplado a um eixo e um hélice de cinco pás, gerando 5.000 shp.
Combustível: 116 tons.
Eletricidade: 2 geradores de 1.280 kw cada.
Velocidade: máxima de 11 nós (superfície) e 21.5 nós (imersão).
Raio de ação: 10.000 milhas náuticas à 8 nós (superfície ou com snorkel), ou 25mn a 21.5 nós, 50mn a 16 nós, 230mn a 8 nós, e 400mn a 4 nós mergulhado usando o motor elétrico; e 50 dias de autonomia.
Profundidade máxima de mergulho: 250 metros.
Armamento: 8 tubos de torpedos de 21 pol. (533 mm), instalados na proa; e capacidade para 16 torpedos Mk 24 Tigerfish Mod.1 (filoguiado), ou ainda uma combinação de minas e torpedos.
Controle de Armas: sistema de direção de tiro e dados táticos Ferranti KAFS A10.
Sensores: uma de sonar STN Atlas Elektronik CSU-83/1, composta por um sonar ativo de média freqüência DBSQS-21 e dispositivos passivos laterais; 1 radar de navegação Thomson-CSF Calypso III; CME Thomson-CSF DR 3000U; 2 periscópios Kollmorgen Mod.76 e sistema de navegação inercial Sperry Mk 29 mod.2.

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