S-30 Submarino Classe Tupi
S-30 Tupi: O Submarino que Reiniciou a Força Submarina do Brasil
Em 1989, após décadas de obsolescência e limitações tecnológicas, a Marinha do Brasil deu um salto estratégico com a entrada em serviço do S-30 Tupi — o primeiro de uma nova geração de submarinos convencionais e o pilar inicial da renovação da força submarina brasileira.
Baseado no consagrado projeto alemão Tipo 209/1200, o Tupi não apenas modernizou a capacidade subaquática do país, mas também abriu caminho para a autonomia industrial naval, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e, futuramente, o submarino de propulsão nuclear.
Neste artigo, vamos explorar a história, tecnologia, missões e legado do S-30 Tupi — o submarino que mergulhou o Brasil de volta no clube das marinhas modernas.
Ficha Técnica Completa – S-30 Tupi
Curiosidade: O nome Tupi homenageia o povo indígena Tupi, uma das principais etnias originárias do litoral brasileiro, símbolo da identidade nacional e da resistência cultural.
Contexto Histórico: Um Salto Tecnológico
Antes do S-30 Tupi, a Marinha operava submarinos da década de 1950 — como os obsoletos classe Oberon (ex-S-10 Riachuelo), adquiridos usados do Reino Unido. Com alcance limitado, sensores ultrapassados e baixa confiabilidade, essas embarcações já não atendiam às demandas da defesa marítima moderna.
Diante disso, o Brasil firmou, em 1982, um contrato com a Alemanha para a aquisição de quatro submarinos Tipo 209, com transferência de tecnologia. O S-30 Tupi foi o primeiro, construído na Alemanha, seguido pelo S-31 Tamoio, S-32 Timbira e S-34 Tikuna (este último, totalmente construído no Brasil).
Esse programa marcou o renascimento da Força de Submarinos e lançou as bases para o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro se tornar um centro de excelência em construção submarina.
Carreira Operacional: 34 Anos de Serviço
Durante sua longa carreira, o S-30 Tupi:
- Participou de dezenas de exercícios nacionais e internacionais, incluindo o UNITAS (com marinhas das Américas).
- Realizou patrulhas de vigilância na costa brasileira, especialmente na Amazônia Azul.
- Atuou como plataforma de treinamento para centenas de oficiais e praças da Força de Submarinos.
- Serviu como banco de testes para novos procedimentos táticos e sistemas de combate.
Apesar de nunca ter disparado um torpedo em combate, sua capacidade de dissuasão foi constante: sua simples existência desencorajava ameaças à soberania marítima brasileira.
Desativação e Legado
Em 14 de julho de 2023, exatamente 34 anos após sua entrada em serviço, o S-30 Tupi foi desativado em cerimônia solene na Base de Submarinos da Marinha, no Rio de Janeiro.
Seu lugar foi assumido pelos novos submarinos da classe Riachuelo (Scorpène) — como o S-40 Riachuelo e S-41 Humaitá — muito mais silenciosos, com sensores digitais avançados e maior autonomia.
Mas o legado do Tupi permanece:
✅ Foi o primeiro passo real rumo à autonomia submarina brasileira.
✅ Validou a parceria tecnológica Brasil-Alemanha.
✅ Preparou o caminho para o PROSUB e o futuro submarino nuclear Álvaro Alberto.
Hoje, partes do S-30 Tupi serão preservadas como acervo histórico, e seu nome continuará vivo na tradição naval brasileira.
Conclusão: O Primeiro Mergulho Rumo ao Futuro
O S-30 Tupi não foi o maior, nem o mais silencioso, nem o mais armado. Mas foi o mais importante — porque reiniciou uma capacidade estratégica que o Brasil não podia perder.
Ele provou que o país podia operar, manter e evoluir uma força submarina moderna. E, ao fazê-lo, abriu as escotilhas para o Brasil se tornar, um dia, uma potência subaquática global.
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A marinha do Brasil, tinha vindo a utilizar, desde o fim da segunda guerra mundial, submarinos de origem americana da classe Guppy. Nos anos 70, incorporou três submarinos britânicos da classe Oberon, deslocando 2400 toneladas. O plano de modernização da frota de submarinos, e a substituição dos velhos Guppy, levou o Brasil a analisar no mercado internacional quais as melhores opções que se apresentavam
.
Depois de ter analisado os submarinos Agosta e Sauro, de projecto Italiano, a marinha brasileira, optou por uma das versões do já então firmado modelo U-209 de submarinos alemães, que constitui a família de maior sucesso no mercado mundial de submarino, com mais de 50 unidades em operação.
Os U-209 Brasileiros, eram mais pequenos que os anteriores Guppy ou que os Oberon, que deslocavam 2400 toneladas e carregavam 24 torpedos, no entanto, a sua superior velocidade e muito inferior tripulação, tornavam-nos mais fáceis e baratos de operar e mais eficazes nas missões que lhes estavam destinadas. Os Oberon, estiveram ao serviço por cerca de 20 anos, e foram descontinuados depois dos Guppy, e à medida que os U-209 foram sendo incorporados.
No entanto, aquilo que distingue os TUPI dos seus predecessores, é que estes, após negociação com o consórcio alemão IKL, foram não só comprados pelo Brasil, mas também construídos no Brasil, no Arsenal da Marinha, no Rio de Janeiro. O primeiro navio, foi construído em Kiel, mas os seguintes são de fabrico brasileiro.
O TUPI, é um U-209-1400, idêntico em grande medida aos U-209 da Turquia, da classe Preveze, com a diferença de os navios brasileiros não terem capacidade para disparar mísseis anti-navio. Aliás, só os U-209 da Turquia e da Grécia, dispõem, dessa capacidade.
A construção do TUPI no Brasil, permitiu à marinha ficar capacitada para não só fabricar os navios, como para muito mais facilmente efectuar todas as manutenções que são necessárias durante a vida útil dos navios, o que até aí tinha que ser feito no exterior.
A classe Tupi começou a ser modernizada, de forma a que os seus sistemas fossem colocados ao nível do submarino Tikuna. O primeiro navio a ser modernizado foi o S33 Tapajó, que ficou pronto em 2011.
Informação genérica:
A família de submarinos U-209 é a mais proficua de todas as classes de submarinos ocidentais construidos depois da II Guerra Mundial.
Embora a marinha da Alemanha tivesse optado por uma classe de submarinos mais pequenos e adequados para operação apenas no Báltico, os estaleiros alemães desenvolveram o submarino U-209 para o lucrativo mercado de exportação.
O U-209 é baseado no U-206, mas tem dimensões muito maiores e ao contrário daquele, tem capacidade para operar no oceano e autonomia para se deslocar a grandes distâncias.
Embora genericamente chamados de U-209 por partilharem em grande parte um conceito comum, há na realidade várias séries de submarinos U-209 que se diferenciam entre si, sendo alguns deles facilmente identificaveis externamente.
O U-209 é um submarino que pode ser configurado conforme as exigências e necessidades dos clientes e daqui resultou que todas as séries tenham diferenças entre si.
As várias séries dividem-se da seguinte forma: 1000/1100, 1200, 1300, 1400 e 1500.
Os submarinos das primeiras séries (1000, 1100, 1200) identificam-se exteriormente por terem um base da vela claramente proeminente e não integrada no casco.
A série 1300, parece ser uma série de transição, em que há navios que ainda não incorporam o novo casco e outros (caso do Chile) em que as novas características já estão incluidas.
Os navios seguintes, da série 1400 e 1500 têm linhas mais hidrodinâmicas e limpas que os seus antecessores.
Série Tupi / Tikuna
Os submarinos U-209 brasileiros dividem-se em dois grupos, partilhando no entanto grande parte das suas características.
O submarino Tikuna fazia parte de uma segunda série de submarinos que foi entretanto cancelada, ficando restringida a uma unidade. Os antigos submarinos da classe Tupi, estão a ser modificados elevando-os a um nível próximo ao Tikuna.
Navios constituintes da classe
Nr. Nome Estaleiro I.C. E.S. Situação
S30 Tupi HDW - Howaldtswerke Deutsche Werft n/d 1989 - Em serviço
S31 Tamoio AMRJ (Rio de Janeiro) n/d 1994 - Em serviço
S32 Timbira AMRJ (Rio de Janeiro) n/d 1996 - Em serviço
S33 Tapajó AMRJ (Rio de Janeiro) n/d 1999 - Em serviço
IC = Inicio de Construção ES=Entrada no Serviço Activo.
C a r a c t e r í s t i c a s
Deslocamento: 1.150 ton (padrão), 1.440 ton (carregado em mergulho).
Dimensões: 61.20 m de comprimento, 6.20 m de boca (7.60, incluindo os hidroplanos da popa) e 5.50 m de calado.
Propulsão: diesel-elétrica; 4 motores diesel de 12 cilindros MTU 12V493 TY60 de 800 hp cada, 4 geradores elétricos AEG de 420 Kw cada, 1 motor elétrico, acoplado a um eixo e um hélice de cinco pás, gerando 5.000 shp.
Combustível: 116 tons.
Eletricidade: 2 geradores de 1.280 kw cada.
Velocidade: máxima de 11 nós (superfície) e 21.5 nós (imersão).
Raio de ação: 10.000 milhas náuticas à 8 nós (superfície ou com snorkel), ou 25mn a 21.5 nós, 50mn a 16 nós, 230mn a 8 nós, e 400mn a 4 nós mergulhado usando o motor elétrico; e 50 dias de autonomia.
Profundidade máxima de mergulho: 250 metros.
Armamento: 8 tubos de torpedos de 21 pol. (533 mm), instalados na proa; e capacidade para 16 torpedos Mk 24 Tigerfish Mod.1 (filoguiado), ou ainda uma combinação de minas e torpedos.
Controle de Armas: sistema de direção de tiro e dados táticos Ferranti KAFS A10.
Sensores: uma de sonar STN Atlas Elektronik CSU-83/1, composta por um sonar ativo de média freqüência DBSQS-21 e dispositivos passivos laterais; 1 radar de navegação Thomson-CSF Calypso III; CME Thomson-CSF DR 3000U; 2 periscópios Kollmorgen Mod.76 e sistema de navegação inercial Sperry Mk 29 mod.2.
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