TRANSPORTES DO MUNDO TODO DE TODOS OS MODELOS: Matra Super 530D: O Caçador de Alta Altitude que Defendeu os Céus da Europa por Décadas

08 outubro 2025

Matra Super 530D: O Caçador de Alta Altitude que Defendeu os Céus da Europa por Décadas

 Matra Super 530D: O Caçador de Alta Altitude que Defendeu os Céus da Europa por Décadas

Mísseis Ar-Ar BVR Matra Super 530D


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Mísseis Ar-Ar BVR Matra Super 530 D

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Matra Super 530D: O Caçador de Alta Altitude que Defendeu os Céus da Europa por Décadas

Durante a Guerra Fria, enquanto as superpotências se preparavam para um confronto aéreo de proporções épicas, a França desenvolveu uma arma que combinava sofisticação europeia, alcance estratégico e precisão letal: o Matra Super 530D, um dos primeiros mísseis ar-ar de médio/longo alcance Beyond Visual Range (BVR) do continente.

Projetado pela Matra (hoje parte da MBDA), o Super 530D não era apenas um míssil — era a espinha dorsal da defesa aérea francesa nas décadas de 1970, 1980 e 1990, equipando os icônicos caças Mirage F1, Mirage 2000 e até exportações para países como Índia, Iraque, Líbia e Arábia Saudita.


Origem: Da Guerra Fria à Superioridade Aérea

O Super 530D surgiu como uma evolução do Super 530F, lançado em 1979. A versão "D" (de Défense, ou Dégradé, dependendo das fontes) foi introduzida em 1988 com melhorias cruciais voltadas para combate em alta altitude e contra alvos manobráveis, como os caças soviéticos MiG-29 e Su-27.

Seu principal avanço foi o novo radar semiativo de onda contínua (CW), mais resistente a contramedidas eletrônicas (ECM) e capaz de manter o travamento mesmo em ambientes de guerra eletrônica intensa — uma preocupação central na Europa Oriental durante a Guerra Fria.


Tecnologia e Capacidades

O Super 530D era um míssil BVR (Beyond Visual Range), projetado para engajar alvos a distâncias que iam muito além do alcance visual do piloto — tipicamente acima de 40 km, podendo chegar a 50–60 km em condições ideais (alta altitude, alvo em aproximação).

Principais características:

  • Guiamento por radar semiativo: o caça ilumina o alvo com seu radar, e o míssil "segue" o eco refletido.
  • Motor de combustível sólido bifásico: impulsionava o míssil a Mach 4,5+.
  • Alta manobrabilidade: capaz de suportar até 35 g de força, essencial para perseguir caças ágeis.
  • Cabeça de guerra de proximidade: 30 kg de explosivo com espoletas ativas/passivas.

Desempenho Operacional

Embora raramente usado em combate real por forças ocidentais, o Super 530D teve ações documentadas:

  • Durante a Guerra Irã-Iraque (1980–1988), caças Mirage F1 iraquianos usaram o Super 530D para interceptar bombardeiros iranianos.
  • Na Índia, os Mirage 2000 equipados com o Super 530D formaram a linha de frente da defesa aérea por décadas, especialmente durante tensões com o Paquistão.
  • Na Operação Desert Storm (1991), caças franceses Mirage F1 estavam armados com o Super 530D, embora não tenham disparado em combate.

Sua reputação era de confiabilidade, alcance e eficácia em alta altitude — embora seu desempenho em baixa altitude fosse limitado devido às restrições do radar semiativo.


Ficha Técnica – Matra Super 530D

Tipo
Míssil ar-ar de médio/longo alcance (BVR)
Origem
França
Fabricante
Matra (atual MBDA)
Entrada em serviço
1988
Comprimento
3,18 m
Diâmetro
265 mm
Envergadura
1,10 m
Peso
265 kg
Cabeça de guerra
30 kg, fragmentação direcional
Alcance máximo
~50–60 km (condições ideais, alta altitude)
Velocidade
Mach 4,5+ (~5.500 km/h)
Guiamento
Radar semiativo de onda contínua (CW)
Plataformas
Mirage F1, Mirage 2000, Alpha Jet (versões de teste)
Alcance mínimo
~1,5 km
Limite de manobra
Até 35 g

Legado e Sucessão

O Super 530D foi gradualmente substituído pelo MBDA MICA, um míssil "fire-and-forget" com versões de radar ativo e infravermelho, capaz de operar em todos os regimes de voo. Mas seu legado permanece: foi o primeiro míssil BVR verdadeiramente europeu, desenvolvido sem dependência dos EUA ou URSS.

Hoje, ainda está em uso limitado em alguns países, mas seu papel histórico é inegável: protegeu os céus da Europa Ocidental durante o auge da tensão nuclear — e provou que a França podia projetar armas de classe mundial.


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O Super 530 tem um nome semelhante ao R530, mas é um projeto completamente novo. O Super 530F-1 foi desenvolvido a partir de 1971 para substituir os velhos R.530 nos Mirage F-1C. O primeiro disparo foi em 1974. O primeiro disparo direcionado em 1975. O testes reais incluíram um alvo AQM-37A supersônico destruído em 1978. O Super 530F entrou em serviço em dezembro de 1979.

É considerado equivalente ao AIM-7F com eletrônicos de transistores e sensor de varredura cônica. Era muito susceptível a interferência mas com aerodinâmica e desempenho superior com boa aceleração e velocidade final. O alcance era de 35km (prático de 25km), mas as primeiras versões do Cyrano IV só acompanhavam alvos a cerca de 40km. Podia engajar alvos voando a 6000 metros mais alto que a aeronave como os Mig-25 que o Mirage F-1 não podia acompanhar.

O Super 530 é caracterizado pelas asas de baixo aspecto. O Super 530 pesa 250kg, tem um comprimento de 3,54 metros, um diâmetro de 26,3 cm, envegadura de 640 nas asas e 90 cm na cauda.

O Super 530 usa um motor foguete sólido SNPE Angele a base de Butalane (composto CTPB) de dois estágios. O primeiro estágio acelera o míssil em 2 segundos e sustenta a velocidade por 4 segundos. O míssil é acelerado a até Mach 4,6. A bateria elétrica mantém o míssil funcionando por até 60 segundos. A ogiva Thompson-Brandt pré-fragmentada de 30kg é acionada por um espoleta radar ou contato.

O Super 530D (Doppler) foi a última versão. Entrou em serviço em 1984 e será substituído pelo Mica e Meteor. Foi desenvolvido para o Mirage 2000 com o radar RDI Pulso-Doppler bem mais capaz que o Cyrano e com capacidade de detectar e atacar alvos voando baixo. O sensor radar semi-ativo Super AD.26 é reprogramavel. O alcance foi aumentado para 40km com novo motor e velocidade final de mais de Mach 4. Podia engajar alvos voando a 10000 metros acima ou abaixo da aeronave. É considerado equivalente ao AIM-7M com eletrônicos digitais e sensor menos susceptível a interferência. O Super 530D entrou em serviço em 1986 no Mirage 2000.

O Super 530 foi comprado pela Espanha, França, Grécia, Iraque, Kuwait, Líbia e Marrocos. Está em uso nos caças Mirage F-1 e Mirage 2000. A Índia integrou o míssil nos seus Mig-29.

O Super 530 foi usado em combate na Guerra Irã-Iraque na década de 80. O Iraque afirma que conseguiu 36 vitórias em cerca de 100 disparos com o Super 530 contra aeronaves do Irã. Este número é maior que todos as vitórias dos Mirage com todas as armas de 1981 a 1988. As vitórias confirmadas do entre 1982 e 1088 dos Mirage F.1EQ foram 11 usando os mísseis Super 530D/F. Foram seis F-4E, um F-5E, um C-130 e três F-14A.



A FAB adquiriu um lote de 10 mísseis Matra Super 530D para equipar os "novos" caças Mirage F-2000 que começam a chegar ao Brasil no final de 2006.

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