Este veículo, que se tornou praticamente imortal na memória de quase todos os brasileiros fãs de caminhões, foi lançado pela Volvo em 1996 com três faixas de potência: 320, 360 e 410 cavalos.. As letras EDC se referem a Electronic Diesel Control.
A montadora foi a primeira a produzir o caminhão com gerenciamento eletrônico, indo de encontro à nova legislação ambiental de emissões de poluentes Euro II, que só se tornaria obrigatória quatro anos depois, em 2000. Em seguida veio o Mercedes LS-1938.
Mas não é só em relação à menor emissão de poluentes que este Volvo EDC se diferenciava e se tornava o preferido das transportadoras. Graças às centrais eletrônicas importadas da Alemanha, este caminhão funcionava com piloto automático e monitoramento constante do motor, através de um módulo de diagnóstico eletrônico.
Ele vinha com três opções de eixos traseiros: 4X2 com ou sem redução, e 6X4. A cabine-leito ganhou um design exclusivo com teto alto, assim como o interior do veículo.
Ainda na parte de tecnologia, sensores eletrônicos distribuídos em diversos pontos do veículo permitiam o motor injetar a quantidade exata de diesel em função da rotação e carga do motor, para melhorar o funcionamento.
Em 1999, o Volvo EDC alcançou uma nova fase. A montadora inaugurou em março uma nova fábrica de motores no Brasil, a única no mundo fora da Suécia responsável por produzir o equipamento com gerenciamento eletrônico. Com isso, apenas bloco e sistemas eletrônicos passaram a vir do exterior, sendo que, até então, as unidades do EDC vinham já montadas de fora do Brasil.
Este caminhão, que apostou no ineditismo, foi um sucesso de vendas e marcou época mesmo num período complicado para a indústria dos veículos pesados. A comercialização de caminhões sofria retração, mas o Volvo EDC agradou o público com sua proposta técnica inovadora.
Claro que, como toda inovação, o EDC teve também seu período de adaptação. E hoje, ele é amado por muitos, e por outros… nem tanto.
E pra você? Que lembrança te traz o Volvo EDC?
Confira, abaixo, diversas características (na época, inovadoras) que o Volvo EDC possuía na época de seu lançamento.
Geração eletrônica de Motores
Os motores D10A, de 320 cv (único do país que atendia as normas de emissão de poluentes Euro II até então), TD123E, de 360 cv e TD123ES, de 410 cv representavam uma nova geração. Todos turbo alimentados com intercooler e seis cilindros em linha, os motores eram controlados eletronicamente para garantir melhor funcionamento,
Check Control
O mecanismo permitia monitorar constantemente as funções básicas do motor. O exclusivo check control verificava as temperaturas do líquido de arrefecimento, da adminssão de ar, a pressão do turbo e deslizamento da correia do alternador, alertando para possíveis irregularidades. Coisa xique para a época.
Limitador de velocidade máxima
O limitador de velocidade que determinava a volecidade máxima que o caminhão poderia alcançar, permitindo aumentar a vida útil do veículo (segundo a Volvo), reduzir o consumo de combustível e, principalmente, proporcionar maior segurança.
Proteção do motor na partida a frio
Para aumentar a vida útil do motor e melhorar a lubrificação, a nova linha de caminhões Volvo EDC possuía um controle da rotação do motor enquanto frio. O sistema EDC passava a monitorar o aquecimento até que o motor atingisse a temperatura ideial. Isso impedia que as frequentes acelerações na busca de aquecimento danificassem o equipamento
Tanques de combustível
Os tanques dos EDC´s eram fabricados em alumínio, o que os tornava mais leves e resistentes à corrosão. O formato cilindrico aumentava a capacidade de combustível. Eram dois tanques de 300 litros cada. As tampas dos tanques eram à prova e ar e já vinham de fábrica com chave para proteção. Todos os modelos da linha EDC vinham equipados com separador de água, que retinham a umidade e impurezas, evitando a entrada de diesel contaminado no motor.
No caso dos veículos 6X4, os tanques de combustível eram retangulares, e de aço inoxidável.
Sistema de exaustão de gases
Os veículos com motores de 12 litros possuíam um sistema de exaustão de gases em material mais resistente à corrosão, que tinham a função de reduzir o nível do ruído e de emissão de poluentes.
Caixa de câmbio
A caixa de câmbio ZF16S 165 era totalmente sincronizada com 16 velocidade (8 básicas ou baixas e 8 intermediárias ou altas), reduzia o esforço do motorista no momento da troca de marcha em 30%. E o curso da alavanca diminuía 27%.
Chassi
No caso dos modelos 4X2, com entre-eixos de 4.600 mm e 5.400 mm, havia sido utilizado aço LN500. Com ele, a tara havia sido reduzida em até 300 kg e a resistência à flexão e torção havia ficado 2 vezes superior, permitindo suportar até 6 toneladas no eixo dianteiro.
Cama de uma só peça
Uma só peça. Mais confortável, sustentada por molas a gás, a nova cama abria num ângulo de 70 graus.
Novos componentes no sistema de freios
Apresentava a inovação de ser totalmente a ar comprimido, todas as ligações eram feitas com dutos flexíveis de alta resistência, testados com pressão 12 vezes superior à pressão normal de trabalho. Possuía 3 circuitos independentes controlados por uma válvula de proteção de 4 vias.
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