TRANSPORTES DO MUNDO TODO DE TODOS OS MODELOS: Carro de Combate Médio M60 A3

08 novembro 2025

Carro de Combate Médio M60 A3

 

Carro de Combate Médio M60 A3



Carro de combate de origem norte-americana foi desenvolvido na década de 70. Ao longo da sua vida operacional adoptou várias versões, incluindo uma com blindagem reactiva. A versão operada por Portugal possui capacidade para fazer disparos em movimento e em quaisquer condições de visibilidade, uma grande evolução em relação aos M48 então em serviço. A nível internacional o M60 continua ainda a ter bastantes usuários entre Espanha, Taiwan, Brasil, Turquia, Israel e outros.
O exército português recebeu as primeiras unidades em 1992, tendo atribuído os carros de combate ao Esquadrão de Reconhecimento (ERec) e ao Grupo de Carros de Combate da BMI. A EPC tem atribuídos 8 carros de combate para instrução, estando ainda mais 19 em reserva. Actualmente está em curso uma modernização dos seus sensores e direcção de tiro, que se encontra cancelado. 

Peso Máximo
52 toneladas
Armamento
1 canhão de 105mm
1 metralhadora de 12,7mm
Velocidade Máximo
48 km/h
Autonomia
480 km
Tripulação
4
Número de Unidades
100

Carro de Combate Médio M60A3: O Último Titã da Linha Patton e Coluna Vertebral Blindada dos EUA na Guerra Fria

O M60A3 é a versão final e mais avançada do lendário tanque médio M60 Patton, desenvolvido pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria como resposta à crescente ameaça dos blindados soviéticos, em especial o T-54/55 e, posteriormente, o T-62 e T-72. Embora classificado como "tanque médio" em sua origem, o M60A3 evoluiu para um Main Battle Tank (MBT – Carro de Combate Principal) de facto, combinando fogo pesado, proteção robusta e sistemas de mira avançados para sua época.

Operado por mais de 20 países ao redor do mundo e ainda em serviço ativo em exércitos como o do Egito, Turquia, Arábia Saudita e Taiwan, o M60A3 representa o ápice da linhagem Patton — uma família que moldou a doutrina blindada ocidental por décadas. Este artigo explora sua história, evolução, capacidades técnicas, variantes, combate real e legado duradouro.


Origens e Evolução da Família M60

O M60 surgiu no final da década de 1950 como sucessor do M48 Patton, com o objetivo de enfrentar os novos tanques soviéticos equipados com canhões de 100 mm e blindagem inclinada. A primeira versão, o M60, entrou em serviço em 1960, seguida pelo M60A1 (com torre alongada e melhor proteção) e pelo M60A2 (um experimento malsucedido com canhão-míssil, rapidamente retirado).

O M60A3, introduzido em 1978, foi uma resposta direta às lições da Guerra do Yom Kippur (1973), onde os tanques ocidentais sofreram com a falta de visão noturna, precisão a longa distância e mobilidade tática. A nova versão focou em modernização eletrônica, não em redesign estrutural.


Características Técnicas e Inovações do M60A3

Embora mantivesse o casco e a torre do M60A1, o M60A3 recebeu melhorias cruciais que o tornaram competitivo até os anos 1990.

Armamento Principal

  • Canhão: M68A1 de 105 mm, alma raiada (licença do britânico L7)
  • Munição: APFSDS (perfurante), HEAT (antitanque), HE (alto explosivo), canister (antipessoal)
  • Carregamento: Manual (tripulação de 4: comandante, artilheiro, carregador, motorista)

O canhão M68 podia perfurar até 250 mm de aço homogêneo a 2.000 metros com munição APFSDS — suficiente para enfrentar a maioria dos tanques soviéticos da época.

Sistemas de Miragem e Eletrônica

O grande salto do M60A3 foi sua eletrônica de combate:

  • Telêmetro a laser Nd:YAG (substituindo o antigo telêmetro óptico estereoscópico)
  • Sistema balístico integrado com sensores de inclinação, temperatura e velocidade do vento
  • Visão noturna passiva (image intensifier) para comandante e artilheiro
  • Estabilização do canhão em 2 eixos (embora limitada em movimento)

Essas melhorias permitiam disparos precisos a 2.000+ metros, inclusive à noite — algo revolucionário para os tanques norte-americanos da época.

Proteção

  • Blindagem homogênea de aço fundido, com espessura máxima de 110 mm na frente da torre e 100 mm no casco (inclinação de 65°)
  • Sem blindagem reativa (ERA) ou composta — uma limitação grave frente aos novos projéteis soviéticos
  • Sistema de supressão de incêndio automático
  • Filtros NBC (nuclear, biológico, químico) integrados

Apesar da proteção ser considerada obsoleta já nos anos 1980, muitos operadores posteriores (como Egito e Turquia) modernizaram seus M60A3 com blindagem reativa ERA, armadura de gaiola (slat armor) e até blindagem composta adicional.

Mobilidade

  • Motor: Continental AVDS-1790-2C, diesel, 12 cilindros em V, 750 hp
  • Transmissão: CD-850-6, automática, 2 marchas à frente + 1 ré
  • Peso em combate: 52 toneladas
  • Velocidade máxima: 48 km/h (estrada)
  • Autonomia: 480 km
  • Vadeamento: 1,2 m (sem preparação); até 4 m com kit de snorkel

Embora lento comparado a tanques modernos, o M60A3 tinha excelente confiabilidade mecânica e era fácil de manter — uma vantagem crítica em teatros de operação remotos.


Variantes e Modernizações Pós-Serviço dos EUA

Os EUA retiraram o M60A3 do serviço ativo em 1997, substituindo-o pelo M1 Abrams. No entanto, o tanque continuou sendo exportado e modernizado globalmente.

Principais Versões Modernizadas:

  • M60T "Sabra" (Turquia):
    Canhão de 120 mm, sistema de mira moderno, motor de 1.000 hp, blindagem passiva + ERA. Um dos M60 mais avançados do mundo.

  • M60 Phoenix (Egito):
    Blindagem composta, sistema de defesa ativa (ADS), canhão de 120 mm, motor alemão MTU.

  • Magach 7 (Israel):
    Baseado no M60, com casco reforçado, torre redesenhada, motor mais potente e blindagem modular.

  • M60A3 TTS ("Tank Thermal Sight"):
    Versão final dos EUA, com visão térmica para o artilheiro (introduzida em 1980).


Histórico Operacional

O M60A3 nunca entrou em combate sob a bandeira dos EUA, pois foi substituído antes das grandes intervenções pós-Guerra Fria. No entanto, versões do M60 (incluindo o A3) viram intenso combate em outros exércitos:

  • Guerra do Líbano (1982): Israel usou Magach (baseado no M60) contra T-72 sírios, com resultados mistos.
  • Guerra Irã-Iraque (1980–1988): Irã usou M60A1 contra T-55 e T-62 iraquianos.
  • Guerra do Golfo (1991): Arábia Saudita e Kuwait usaram M60A3 contra forças iraquianas — com sucesso contra tanques mais antigos, mas vulneráveis ao T-72.
  • Conflito na Síria (2010s): Turquia empregou M60T Sabra em operações na fronteira.
  • Guerra no Iêmen: Arábia Saudita ainda opera M60A3 em apoio terrestre.

Legado e Impacto Estratégico

O M60A3 foi o último tanque ocidental a usar canhão de 105 mm como armamento principal em larga escala antes da adoção universal do 120 mm. Sua importância estratégica reside em:

  • Modernização acessível: permitiu que aliados da OTAN e parceiros mantivessem forças blindadas competitivas sem custos do Abrams ou Leopard 2.
  • Plataforma versátil: serviu como base para engenharia de combate, recuperação, lança-pontes e até sistemas antiaéreos.
  • Educação tática: formou gerações de tripulações em dezenas de exércitos.

Mesmo hoje, com mais de 60 anos desde o primeiro M60, estima-se que mais de 5.000 unidades ainda estejam em uso global — um testemunho de sua robustez e adaptabilidade.


Ficha Técnica – M60A3 TTS (EUA, versão final)

  • Tipo: Carro de Combate Principal (MBT)
  • País de origem: Estados Unidos
  • Fabricante: Chrysler Defense (depois General Dynamics)
  • Ano de introdução: 1978
  • Peso em combate: 52 toneladas
  • Comprimento: 9,3 m (com canhão) | Casco: 6,7 m
  • Largura: 3,6 m
  • Altura: 3,2 m
  • Tripulação: 4 (comandante, artilheiro, carregador, motorista)
  • Blindagem: Aço homogêneo (até 110 mm)
  • Armamento principal: Canhão M68A1 de 105 mm
  • Armamento secundário:
    • Metralhadora coaxial M240 7,62 mm
    • Metralhadora antiaérea M85 .50 (12,7 mm)
  • Motor: Continental AVDS-1790-2C diesel, 750 hp
  • Transmissão: CD-850-6 automática
  • Velocidade máxima: 48 km/h
  • Autonomia: 480 km
  • Vadeamento: 1,2 m (padrão); 4,0 m (com snorkel)
  • Sistemas: Telêmetro laser, visão térmica (TTS), computador balístico, NBC

Curiosidades

  • O M60 foi erroneamente chamado de "Patton" — o nome nunca foi oficial, mas pegou na cultura popular.
  • A torre do M60A1/A3 é apelidada de “torre de bala” (needle-nose turret) por seu formato alongado.
  • O M60A3 foi o primeiro tanque norte-americano com telêmetro laser de série.
  • Ainda hoje, o exército turco tem mais M60 modernizados em serviço do que tanques Leopard 2.

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