Carro de Combate Médio M60 A3
Peso Máximo | 52 toneladas |
Armamento | 1 canhão de 105mm 1 metralhadora de 12,7mm |
Velocidade Máximo | 48 km/h |
Autonomia | 480 km |
Tripulação | 4 |
Número de Unidades | 100 |
Carro de Combate Médio M60A3: O Último Titã da Linha Patton e Coluna Vertebral Blindada dos EUA na Guerra Fria
O M60A3 é a versão final e mais avançada do lendário tanque médio M60 Patton, desenvolvido pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria como resposta à crescente ameaça dos blindados soviéticos, em especial o T-54/55 e, posteriormente, o T-62 e T-72. Embora classificado como "tanque médio" em sua origem, o M60A3 evoluiu para um Main Battle Tank (MBT – Carro de Combate Principal) de facto, combinando fogo pesado, proteção robusta e sistemas de mira avançados para sua época.
Operado por mais de 20 países ao redor do mundo e ainda em serviço ativo em exércitos como o do Egito, Turquia, Arábia Saudita e Taiwan, o M60A3 representa o ápice da linhagem Patton — uma família que moldou a doutrina blindada ocidental por décadas. Este artigo explora sua história, evolução, capacidades técnicas, variantes, combate real e legado duradouro.
Origens e Evolução da Família M60
O M60 surgiu no final da década de 1950 como sucessor do M48 Patton, com o objetivo de enfrentar os novos tanques soviéticos equipados com canhões de 100 mm e blindagem inclinada. A primeira versão, o M60, entrou em serviço em 1960, seguida pelo M60A1 (com torre alongada e melhor proteção) e pelo M60A2 (um experimento malsucedido com canhão-míssil, rapidamente retirado).
O M60A3, introduzido em 1978, foi uma resposta direta às lições da Guerra do Yom Kippur (1973), onde os tanques ocidentais sofreram com a falta de visão noturna, precisão a longa distância e mobilidade tática. A nova versão focou em modernização eletrônica, não em redesign estrutural.
Características Técnicas e Inovações do M60A3
Embora mantivesse o casco e a torre do M60A1, o M60A3 recebeu melhorias cruciais que o tornaram competitivo até os anos 1990.
Armamento Principal
- Canhão: M68A1 de 105 mm, alma raiada (licença do britânico L7)
- Munição: APFSDS (perfurante), HEAT (antitanque), HE (alto explosivo), canister (antipessoal)
- Carregamento: Manual (tripulação de 4: comandante, artilheiro, carregador, motorista)
O canhão M68 podia perfurar até 250 mm de aço homogêneo a 2.000 metros com munição APFSDS — suficiente para enfrentar a maioria dos tanques soviéticos da época.
Sistemas de Miragem e Eletrônica
O grande salto do M60A3 foi sua eletrônica de combate:
- Telêmetro a laser Nd:YAG (substituindo o antigo telêmetro óptico estereoscópico)
- Sistema balístico integrado com sensores de inclinação, temperatura e velocidade do vento
- Visão noturna passiva (image intensifier) para comandante e artilheiro
- Estabilização do canhão em 2 eixos (embora limitada em movimento)
Essas melhorias permitiam disparos precisos a 2.000+ metros, inclusive à noite — algo revolucionário para os tanques norte-americanos da época.
Proteção
- Blindagem homogênea de aço fundido, com espessura máxima de 110 mm na frente da torre e 100 mm no casco (inclinação de 65°)
- Sem blindagem reativa (ERA) ou composta — uma limitação grave frente aos novos projéteis soviéticos
- Sistema de supressão de incêndio automático
- Filtros NBC (nuclear, biológico, químico) integrados
Apesar da proteção ser considerada obsoleta já nos anos 1980, muitos operadores posteriores (como Egito e Turquia) modernizaram seus M60A3 com blindagem reativa ERA, armadura de gaiola (slat armor) e até blindagem composta adicional.
Mobilidade
- Motor: Continental AVDS-1790-2C, diesel, 12 cilindros em V, 750 hp
- Transmissão: CD-850-6, automática, 2 marchas à frente + 1 ré
- Peso em combate: 52 toneladas
- Velocidade máxima: 48 km/h (estrada)
- Autonomia: 480 km
- Vadeamento: 1,2 m (sem preparação); até 4 m com kit de snorkel
Embora lento comparado a tanques modernos, o M60A3 tinha excelente confiabilidade mecânica e era fácil de manter — uma vantagem crítica em teatros de operação remotos.
Variantes e Modernizações Pós-Serviço dos EUA
Os EUA retiraram o M60A3 do serviço ativo em 1997, substituindo-o pelo M1 Abrams. No entanto, o tanque continuou sendo exportado e modernizado globalmente.
Principais Versões Modernizadas:
M60T "Sabra" (Turquia):
Canhão de 120 mm, sistema de mira moderno, motor de 1.000 hp, blindagem passiva + ERA. Um dos M60 mais avançados do mundo.M60 Phoenix (Egito):
Blindagem composta, sistema de defesa ativa (ADS), canhão de 120 mm, motor alemão MTU.Magach 7 (Israel):
Baseado no M60, com casco reforçado, torre redesenhada, motor mais potente e blindagem modular.M60A3 TTS ("Tank Thermal Sight"):
Versão final dos EUA, com visão térmica para o artilheiro (introduzida em 1980).
Histórico Operacional
O M60A3 nunca entrou em combate sob a bandeira dos EUA, pois foi substituído antes das grandes intervenções pós-Guerra Fria. No entanto, versões do M60 (incluindo o A3) viram intenso combate em outros exércitos:
- Guerra do Líbano (1982): Israel usou Magach (baseado no M60) contra T-72 sírios, com resultados mistos.
- Guerra Irã-Iraque (1980–1988): Irã usou M60A1 contra T-55 e T-62 iraquianos.
- Guerra do Golfo (1991): Arábia Saudita e Kuwait usaram M60A3 contra forças iraquianas — com sucesso contra tanques mais antigos, mas vulneráveis ao T-72.
- Conflito na Síria (2010s): Turquia empregou M60T Sabra em operações na fronteira.
- Guerra no Iêmen: Arábia Saudita ainda opera M60A3 em apoio terrestre.
Legado e Impacto Estratégico
O M60A3 foi o último tanque ocidental a usar canhão de 105 mm como armamento principal em larga escala antes da adoção universal do 120 mm. Sua importância estratégica reside em:
- Modernização acessível: permitiu que aliados da OTAN e parceiros mantivessem forças blindadas competitivas sem custos do Abrams ou Leopard 2.
- Plataforma versátil: serviu como base para engenharia de combate, recuperação, lança-pontes e até sistemas antiaéreos.
- Educação tática: formou gerações de tripulações em dezenas de exércitos.
Mesmo hoje, com mais de 60 anos desde o primeiro M60, estima-se que mais de 5.000 unidades ainda estejam em uso global — um testemunho de sua robustez e adaptabilidade.
Ficha Técnica – M60A3 TTS (EUA, versão final)
- Tipo: Carro de Combate Principal (MBT)
- País de origem: Estados Unidos
- Fabricante: Chrysler Defense (depois General Dynamics)
- Ano de introdução: 1978
- Peso em combate: 52 toneladas
- Comprimento: 9,3 m (com canhão) | Casco: 6,7 m
- Largura: 3,6 m
- Altura: 3,2 m
- Tripulação: 4 (comandante, artilheiro, carregador, motorista)
- Blindagem: Aço homogêneo (até 110 mm)
- Armamento principal: Canhão M68A1 de 105 mm
- Armamento secundário:
- Metralhadora coaxial M240 7,62 mm
- Metralhadora antiaérea M85 .50 (12,7 mm)
- Motor: Continental AVDS-1790-2C diesel, 750 hp
- Transmissão: CD-850-6 automática
- Velocidade máxima: 48 km/h
- Autonomia: 480 km
- Vadeamento: 1,2 m (padrão); 4,0 m (com snorkel)
- Sistemas: Telêmetro laser, visão térmica (TTS), computador balístico, NBC
Curiosidades
- O M60 foi erroneamente chamado de "Patton" — o nome nunca foi oficial, mas pegou na cultura popular.
- A torre do M60A1/A3 é apelidada de “torre de bala” (needle-nose turret) por seu formato alongado.
- O M60A3 foi o primeiro tanque norte-americano com telêmetro laser de série.
- Ainda hoje, o exército turco tem mais M60 modernizados em serviço do que tanques Leopard 2.
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