TRANSPORTES DO MUNDO TODO DE TODOS OS MODELOS: Veículo Blindado Ligeiro de Transporte Thyssen Condor

06 novembro 2025

Veículo Blindado Ligeiro de Transporte Thyssen Condor

 

Veículo Blindado Ligeiro de Transporte Thyssen Condor




    O Condor é um veículo blindado (configuração 4x4) de origem alemã. Iniciou a sua produção em 1981, tendo sido produzidas perto de 600 unidades.
    Portugal recebeu o primeiro lote de viaturas em 1984, quando o governo alemão doou cerca de 4 viaturas. Actualmente estima-se que se encontrem operacionais um total de 12 viaturas que se encontram ao serviço da Polícia Aérea. Esta unidade da Força Aérea é responsável por garantir a segurança das bases aéreas portuguesas, estando as viaturas distribuídas pelas várias bases aéreas. Cabe também a esta realizar operações de controlo aéreo táctico e comando, tendo sido, inclusive, destacadas algumas viaturas Condor para apoio às operações da KFOR. 
    As suas matrículas - à semelhança do que ocorre com os YP-408 - começam pela designação AM-58 (o AM, usado por todas as viaturas do ramo, significa Aeronaútica Militar). No chassis das viaturas blindadas da Polícia Aérea constam, ainda, a indicação da unidade a que pertencem.

Peso Máx.12 toneladas
Armamento1 metralhadora de 12,7mm
1 metralhadora de 7,62mm
Velocidade Máx.100 km/h
Autonomia900 km
Tripulação2+12

Thyssen Condor: O Blindado Leve Alemão que Serviu ao Mundo

O Thyssen Condor é um veículo blindado leve de transporte de tropas desenvolvido na Alemanha Ocidental no final da década de 1950 pela Thyssen AG, conglomerado industrial com forte atuação em siderurgia, engenharia pesada e defesa. Lançado oficialmente em 1960, o Condor surgiu como resposta à necessidade, no contexto da Guerra Fria, de um transporte blindado ágil, simples e confiável, capaz de operar em cenários variados — desde o terreno acidentado da Europa Central até regiões tropicais, desérticas ou urbanas.

Projetado para complementar (e não substituir) os mais pesados veículos履带 (com esteiras), o Condor destacou-se por sua mobilidade sobre rodas, facilidade de manutenção e capacidade de transporte tático, tornando-se um dos primeiros APCs 4x4 de sucesso global do pós-guerra.


Desenvolvimento e Projeto Técnico

O Condor foi concebido com base em princípios de engenharia funcional alemã: robustez, eficiência e adaptabilidade. Sua carroceria monobloco é soldada em aço balístico de alta dureza, oferecendo proteção contra armas leves e estilhaços de artilharia de calibre até 7,62 mm — padrão aceitável para veículos de transporte da época.

Principais Características Técnicas (Versão Padrão):

  • Peso em combate: 8,3 a 8,7 toneladas
  • Tripulação: 2 (motorista e comandante) + 10 soldados
  • Dimensões:
    • Comprimento: 5,10 m
    • Largura: 2,24 m
    • Altura: 2,25 m
  • Motor: Mercedes-Benz OM 352, 6 cilindros em linha, 180 cv, diesel, refrigerado a água
  • Transmissão: Manual de 5 marchas à frente + 1 ré
  • Tração: 4x4 com bloqueio de diferencial
  • Velocidade máxima: até 100 km/h em estrada
  • Autonomia: aproximadamente 600 km
  • Capacidade de vadeação: até 1,2 m (sem preparação especial; não é anfíbio)
  • Blindagem: Resistente a tiros de fuzil e fragmentos leves (nível STANAG 1–2)

O veículo não possuía propulsão aquática integrada (diferentemente do M113 ou do BTR), mas podia atravessar rios rasos com segurança. Seu chassi e suspensão de molas helicoidais proporcionavam excelente desempenho em estradas e terrenos secundários, embora com limitações em lama profunda ou terrenos extremamente acidentados.


Versões e Modularidade

Uma das grandes vantagens do Condor era sua plataforma modular, que permitiu o desenvolvimento de múltiplas variantes especializadas, incluindo:

  • APC padrão – transporte de infantaria com metralhadora em torre aberta (geralmente 7,62 mm ou 12,7 mm);
  • Veículo de comando – equipado com rádios, mesas de operações e gerador auxiliar;
  • Ambulância blindada – com macas e equipamentos médicos;
  • Recuperação leve – com guincho e ferramental;
  • Antiaéreo – com canhões automáticos de 20 mm ou sistemas de mísseis portáteis;
  • Porta-morteiro – com morteiro de 81 mm ou 120 mm montado internamente.

Essa flexibilidade fez do Condor uma plataforma versátil, valorizada por exércitos com orçamentos limitados, mas necessidades operacionais diversas.


Operações e Usuários Globais

O Condor foi exportado para mais de 20 países, especialmente na Ásia, Oriente Médio, África e América Latina. Entre seus principais operadores estão:

  • Malásia: Utilizou centenas de unidades nas operações contra insurgência comunista na selva da Península Malaia. Adaptou o Condor com armamento antiaéreo e sensores térmicos.
  • Arábia Saudita: Empregou o veículo em patrulhamento de fronteiras e apoio à infantaria nas décadas de 1970–1990.
  • Grécia: Integrou o Condor às suas forças de defesa territorial, muitas vezes em versões com blindagem reforçada.
  • Omã: Usou o blindado em operações contrainsurgentes nas montanhas do Dhofar.
  • Tunísia, Nigéria, Quênia, Sudão: Empregaram o Condor em missões de segurança interna e controle de fronteiras.

Apesar de nunca ter entrado em combate em larga escala na Europa, o Condor provou seu valor em teatros assimétricos, onde sua velocidade, proteção básica e capacidade de transporte eram mais relevantes que blindagem pesada ou poder de fogo direto.


Legado e Sucessores

A produção do Condor original encerrou-se na década de 1990, após mais de 1.500 unidades fabricadas. Embora tenha sido superado por plataformas mais modernas — como o Mowag Piranha, Patria AMV ou o próprio Rheinmetall Boxer —, o Condor permanece em serviço ativo em diversos países, especialmente na Ásia e África, graças à sua simplicidade e baixo custo operacional.

A Rheinmetall Landsysteme (sucessora da divisão de veículos da Thyssen) desenvolveu o Condor 2 nos anos 1980 — uma versão ampliada, com motor mais potente (230 cv), blindagem reforçada (STANAG 3) e maior capacidade de carga. Embora mais avançado, o Condor 2 teve menor sucesso comercial, em parte devido à concorrência crescente de veículos 8x8.


Conclusão: Um Clássico da Mobilidade Blindada Leve

O Thyssen Condor não foi um tanque, nem um sistema de alta tecnologia. Era, antes, um veículo prático, confiável e acessível — um “cavalo de trabalho” das forças terrestres mundo afora. Sua história reflete uma era em que a engenharia alemã combinava disciplina técnica com sensibilidade às necessidades reais dos soldados em campo.

Mais de 60 anos após seu lançamento, o Condor permanece como testemunho vivo da doutrina de mobilidade blindada leve, provando que, muitas vezes, simplicidade e robustez são tão valiosas quanto complexidade e poder de fogo.


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