TRANSPORTES DO MUNDO TODO DE TODOS OS MODELOS: Veículo Blindado de Socorro M88 A1

12 novembro 2025

Veículo Blindado de Socorro M88 A1

 

Veículo Blindado de Socorro M88 A1



Esta viatura blindada foi desenvolvida para servir nas unidades de manutenção dos carros de combate M48 A5. Devido a tal motivo, usa vários componentes idênticos ao referido carro de combate.
Com o abate deste veículo, o M88 continuou a servir nas unidades de manutenção, apoiando o sucessor deste, o carro de combate M-60. 
O exército português adquiriu o M88 em 1978 estando atribuído ao ERec da BMI e ao Batalhão de Apoio de Serviços. A viatura tem capacidade para rebocar veículos com peso superior ao seu, e o guindaste é capaz de elevar até 13 toneladas.




Peso Máx.
60 toneladas
Armamento
1 metralhadora de 12,7mm
Velocidade Máx.
42 km/h
Autonomia
483 km
Tripulação
4
Número de Unidades
8

Veículo Blindado de Socorro M88A1: Colosso da Logística Blindada

Introdução

O M88A1 Hercules (em homenagem ao semideus da mitologia grega) é uma das mais emblemáticas viaturas blindadas de recuperação e manutenção pesada já produzidas. Concebido originalmente para apoiar os carros de combate da série M48 Patton, o M88A1 provou ser tão versátil e robusto que continuou em serviço por décadas, servindo também como suporte logístico essencial para os M60 Patton, e mais tarde, em alguns exércitos, até mesmo para o M1 Abrams — apesar das limitações impostas pelo peso crescente desses últimos.

Em Portugal, o M88A1 desempenhou um papel fundamental na manutenção da operacionalidade das forças blindadas durante o período da Guerra Fria e além, integrando unidades especializadas na recuperação de viaturas em campo.


Histórico de Desenvolvimento

O programa que resultou no M88 teve início nos Estados Unidos no fim da década de 1950, impulsionado pela necessidade de substituir os obsoletos veículos de recuperação baseados em chassis da Segunda Guerra Mundial. A Bowen-McLaughlin-York (BMY) — posteriormente absorvida pela United Defense — foi a responsável pelo projeto, que usou extensivamente componentes do tanque M48A3, incluindo o motor diesel Continental AVDS-1790, transmissão Allison CD-850-6A, suspensão e rodas.

A versão inicial, designada simplesmente M88, entrou em serviço em 1961. Contudo, logo se percebeu a necessidade de melhorias, especialmente em termos de potência e capacidade de içamento. Assim, em 1977, foi introduzida a variante M88A1, com motor mais potente, guindaste reforçado e outros aprimoramentos estruturais. Foi esta versão que foi exportada para diversos países aliados, incluindo Portugal.


Serviço no Exército Português

Em 1978, o Exército Português adquiriu 8 unidades do M88A1, integrando-as nas suas forças blindadas durante um período marcado pela renovação do parque de viaturas de combate, com a entrada em serviço dos M48A5 e posteriormente dos M60A3 TTS.

Essas viaturas foram atribuídas ao:

  • Esquadrão de Recuperação (ERec) do Batalhão de Meios de Informação (BMI), e posteriormente ao Batalhão de Apoio de Serviços (BAS), unidades responsáveis pela manutenção, recuperação e apoio técnico em campanha.

O M88A1 revelou-se imprescindível em exercícios e operações reais, capaz de resgatar tanques atolados, danificados ou imobilizados, mesmo em terrenos adversos. Sua capacidade de rebocar veículos com peso superior ao seu próprio — graças ao seu potente sistema de guincho principal com capacidade de tracionar até 45 toneladas (com roldanas) — e de elevar até 13 toneladas com sua lança-guindaste fez dele um verdadeiro "herói anônimo" das unidades blindadas.


Características Operacionais e Táticas

Apesar de não ser um veículo de combate, o M88A1 é blindado e armado, refletindo a realidade do campo de batalha moderno, onde até as viaturas de apoio precisam sobreviver a fogo indireto ou emboscadas.

  • Blindagem: Aço laminado, capaz de resistir a estilhaços de artilharia leve e armas de pequeno calibre.
  • Armamento: Uma metralhadora pesada M2HB Browning de 12,7 mm, operada pelo comandante, para defesa contra ameaças leves.
  • Mobilidade: Com trilhos de esteira semelhantes aos do M48/M60, o M88A1 tem boa capacidade todo-o-terreno, embora sua velocidade máxima de 42 km/h o torne mais lento que os tanques que apoia.
  • Autonomia: Cerca de 483 km, suficiente para acompanhar formações blindadas em movimento, embora frequentemente operasse próximo a comboios logísticos.

A tripulação típica é composta por quatro militares: comandante, motorista, operador de guindaste e mecânico especializado — todos treinados tanto em operações de combate quanto em técnicas avançadas de recuperação.


Legado e Sucessão

Com o avanço tecnológico e o aumento do peso dos tanques modernos (o M1 Abrams ultrapassa 60 toneladas), o M88A1 foi considerado insuficiente para missões de recuperação pesada. Nos EUA, foi substituído pelo M88A2 Hercules, introduzido na década de 1990, com capacidade de içamento de 35 toneladas e tração para até 70 toneladas.

Em Portugal, o M88A1 permaneceu em serviço até meados da década de 2000, quando foi retirado à medida que os M60 foram desativados. Até hoje, porém, é lembrado como um pilar da logística blindada nacional durante a era do Patton.


Ficha Técnica – M88A1 (Exército Português)

Designação
Veículo Blindado de Socorro M88A1
Origem
Estados Unidos
Entrada em serviço (PT)
1978
Unidades adquiridas
8
Atribuição (PT)
ERec do BMI / Batalhão de Apoio de Serviços
Peso máximo (combate)
~58–60 toneladas
Comprimento
8,29 m (com lança)
Largura
3,38 m
Altura
3,56 m
Tripulação
4 (comandante, motorista, operador, mecânico)
Motor
Continental AVDS-1790-2DR diesel, 750 hp
Transmissão
Allison CD-850-6A
Velocidade máxima
42 km/h
Autonomia
483 km
Guindaste
Capacidade de elevação: 13 toneladas
Guincho principal
Tração: até 35 t (45 t com polia dupla)
Guincho auxiliar
3,5 toneladas
Blindagem
Aço laminado (proteção contra estilhaços)
Armamento
1 × metralhadora M2HB 12,7 mm
Capacidade de reboque
Superior ao seu próprio peso (até ~50–60 t)

Conclusão

O M88A1 representa a essência do apoio logístico blindado: robusto, confiável e indispensável. Embora não dispare canhões nem participe de cargas heroicas, é ele quem permite que os tanques voltem ao combate após uma avaria, um atoleiro ou um emboscada. No contexto do Exército Português, sua presença simbolizou o compromisso com a manutenção da prontidão operacional em plena era da Guerra Fria, e seu legado permanece na memória dos militares que com ele operaram.

Hoje, mesmo aposentado, o M88A1 é um testemunho da engenharia militar do século XX — um colosso silencioso, mas essencial, da guerra moderna.

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