TRANSPORTES DO MUNDO TODO DE TODOS OS MODELOS: TUE Kawasaki/Toshiba - Série 4800

29 setembro 2019

TUE Kawasaki/Toshiba - Série 4800


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TUE Kawasaki/Toshiba - Série 4800 (CPTM)[1]
Toshiba
Linha B4800-aCPTM.jpg
Série 4800 Linha 8 CPTM
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FabricanteKawasaki/Toshiba
Período de construção1957-1959
Entrada em serviço1958
Período de renovação1985-1986
Total construídos30 trens-unidade
90 carros
Total em serviço3 - CTB
Total preservados3 trens (CPTM)
Formação3 carros
6 carros
9 carros
OperadorEFS (1957–1971)
FEPASA (1971–1994)
CPTM (1994–2010)
CTB (3 unidades)
DepósitosPresidente Altino
Calçada
LinhasSistema de Trens do Subúrbio de Salvador
Especificações
Corpoaço carbono
Comprimento Total19,00 m
Comprimento do veículo57,00 m (TUE de 3 carros)
Altura3,90 m
Altura do Piso1,20 m
Portas6 por carro
folha única de 1100 mm
Potência860 hp
Captação de energiaCatenária
Truquerodas de 910 mm de diâmetro
Bitolamétrica
TUE Kawasaki/Toshiba Série 4800 é um Trem unidade elétrico que foi até 2010 foi pertencente ao Material Rodante da CPTM

História[editar | editar código-fonte]

Projeto e fabricação[editar | editar código-fonte]

Trem série 2320 da Odakyu Electric Railway.
Com o crescimento do número de passageiros nos serviços de subúrbios da Estrada de Ferro Sorocabana, os 4 trens unidade GE adquiridos em 1944 tornam-se insuficientes para atender a essa demanda. Dessa forma, em 1956 a Sorocabana lançou um plano de aquisição de novos trens unidade para os subúrbios. Em 9 de setembro de 1956 foi lançada a licitação G.5-621 visando a aquisição de 30 trens unidade elétricos para os serviços de subúrbio.[3] Empresas da Alemanha, Itália, Suíça, Inglaterra, Austria, Polônia, Holanda, Estados Unidos, Japão e Brasil concorreram para fornecer os trens. Após a análise das propostas, foi declarada em dezembro de 1956 a vitória do consórcio do Japão. Formado pelas empresas Kawasaki, Tokyo Shibura (Toshiba), Nippon Shario, Kinki e da representante nacional, o consórcio japonês assinou em janeiro de 1957 o contrato de fornecimento de 30 trens ao valor de US$ 6.781.800,00 a serem pagos em 5 anos. Para vencer a licitação, as empresas japonesas abriram mão de juros.[4][5]
O prazo de entregas dos trens seguiu o seguinte calendário[6]:
  • Entrega de 3 trens unidades-8 meses;
  • Entrega de 13 unidades-13 meses;
  • Entrega das 16 unidades restantes; -16 meses;
Para acelerar a fabricação, o consórcio japonês resolveu adotar o design dos trens série 2320 fornecidos em 1953 para a Odakyu Electric Railway. Os primeiros trens forma entregues à Sorocabana no porto de Santos no início de 1958. Após os testes de aceitação, a viagem inaugural ocorreu em 7 de abril de 1958.[7] Em 3 de agosto de 1958, os trens japoneses chegavam até Sorocaba de forma regular, ampliando o alcance do trem de subúrbios.[8]

Modernização (1985)[editar | editar código-fonte]

Um dos seis trens unidade Kawasaki modernizados em 1985, ainda nas cores da Fepasa, em Itapevi (2002).
Em 1985 a Fepasa lançou um programa de modernização dos trens unidade Kawasaki. Utilizando pessoal e recursos próprios, a estatal implantou uma pequena unidade de reforma nas oficinas de Rio Claro.[9]
Os primeiros 6 trens unidade foram entregues em 1986 e operaram na Extensão Operacional Itapevi-Mairique. Cada trem unidade (composto de 3 carros) teve um custo de modernização de US$ 257.757,00. Isso equivalia na época 6% do custo de um trem unidade novo.[9] Posteriormente foram modernizadas mais algumas unidade para uso no Trem Intra Metropolitano da Região Metropolitana da Baixada Santista.[10]

Operação[editar | editar código-fonte]

Sorocabana-Fepasa (1958-1996)[editar | editar código-fonte]

Trem unidade Kawasaki operando em Salvador, 2009.
Detalhe do "Expresso Arte", obra d'Os Gêmeos.
O primeiro trem foi entregue ao tráfego às 9h30 de 7 de abril de 1958. Partindo da Estação Júlio Prestes, o trem inaugural dirigiu-se ao terminal Mairinque transportando os secretários da Fazenda Carvalho Pinto e José Vicente Faria Lima de Viação, Koichi Suzuki, cônsul do Japão em São Paulo e Orlando Drumont Murgel, diretor da Estrada de Ferro Sorocabana.[11]
Apesar da chegada de 30 trens unidade, a demanda de passageiros cresceu tanto que os trens se tornaram rapidamente obsoletos. Em 1959, quando toda a frota havia sido entregue, o tráfego anual dos subúrbios havia sido de 16 milhões de passageiros transportados. Em 1971 eram 32 milhões. Com a falta de frota, o número de passageiros voltou a recuar para 30 milhões em 1977.[12] Ao mesmo tempo, com quase 20 anos de operação, parte da frota se encontrava sucateada em pátios enquanto que os trens que ainda circulavam viajavam superlotados.[13]
Durante a década de 1970 a Sorocabana é absorvida pela Fepasa, que inicia um amplo plano de remodelação dos subúrbios que prevê o rebitolamento da linha (de 1m para 1,60m) e a aquisição de nova frota (TUE Série 5000). Com a entrega dos primeiros trens série 5000 em 1979, os trens Toshiba foram sendo retirados da linha principal aos poucos até serem confinados no trecho Itapevi-Mairinque. Em 1985, a Fepasa resolveu reformar os trens para operarem no trecho Itapevi-Mairinque, levando todos os trens ainda disponíveis para suas oficinas em Rio Claro. Após um amplo processo de reforma, as primeiras unidades foram entregues em 1986.[14][15]
Os trens reformados serviram aos trechos das seguintes linhas[16][17]:
LinhaTerminaisComprimento (km)EstaçõesFrota
OesteItapevi ↔ Amador Bueno6,356 Trens-unidade (1986-1992)
3 trens unidade (1992-2010)
SulJurubatuba ↔ Varginha1243 trens unidade (1992-2001)
TIMAna Costa (Santos) ↔ Samaritá16,1559 trens unidade (1990-1999)

CPTM (1996-2010)[editar | editar código-fonte]

Em fevereiro de 1996 a Fepasa transferiu suas linhas (Oeste, Sul e TIM) para a CPTM, incluindo 15 trens-unidade Kawasaki. Os 9 primeiros a serem baixados foram os empregados no Trem Intra Metropolitano (Santos-Samaritá), que eram rebocados por locomotivas diesel, dada a falta de eletrificação da linha.[18] Posteriormente, a CPTM desativou o trecho Jurubatuba-Varginha e os 3 trens-unidade Kawasaki que ali operavam foram vendidos para a Companhia de Transportes de Salvador.[19][20]
Em 2004 a dupla de grafiteiros Os Gêmeos transformou, em parceria com a CPTM, dois trens-unidade Kawasaki em "Expressos Arte". A idéia era que os grafites diminuíssem os índices de vandalismo existentes no trecho Itapevi-Amador Bueno.[21] Um dos trens chegou a receber o último padrão de pintura da CPTM antes de toda a frota ser desativada em 1 de maio de 2010.[22][23]

Salvador (2005-)[editar | editar código-fonte]

Três unidades foram adquiridas da CPTM e transferidas para o Sistema de Trens do Subúrbio de Salvador, sendo operadas pela Companhia de Transportes do Estado da Bahia - (CTB), como Série 5900.[20]

Acidentes e incidentes[editar | editar código-fonte]

  • 23 de Outubro de 1958 – São Paulo (SP) Colisão entre os trens S – 52 (Subúrbio Kawasaki) e o CL-4 (cargueiro) ocorreu nas proximidades da estação Lapa, na capital paulista, deixando 14 mortos e dezenas de feridos;[24]
  • 17 de maio de 1972 – São Paulo (SP) Colisão entre trem subúrbio (U-75) e carreta enguiçada (que transportava uma locomotiva de manobra) na passagem de nível da estação Lapa deixou um saldo de 10 mortos e dezenas de feridos.[25];
  • 13 de janeiro de 1986 – Itapevi (SP) Choque entre dois trens Toshiba da Fepasa nas proximidades da estação Ambuitá causa ferimentos em 102 pessoas[24];
  • 19 de outubro de 2005 – Itapevi (SP) Após ato de sabotagem, um trem série 4800 circula sem freios entre Itapevi e Jandira;[26]
  • 23 de julho de 2007 – Salvador (BA) Trem Kawasaki descarrilo e tombou perto de Praia Grande. Cinco passageiros ficaram feridos[27];
  • outubro de 2009 – Salvador (BA) Recém adquiridos, os trens Kawasaki não conseguiam passar por um dos túneis do Periperi, obrigando a operadora CTS a realizar obras de ampliação do gabarito do túnel

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